Sete Lagoas tomou conhecimento na tarde dessa quinta-feira (15) de um estudo realizado pelo professor de Ciências Sociais da PUC Minas, Luis Flávio Sapori, feito durante cerca de seis meses.
A apresentação do chamado Plano Emergencial de Segurança Pública, aconteceu no gabinete do prefeito com a presença de diversas secretarias e representantes ligados a segurança pública.
Logo no começo de sua fala, Sapori chamou atenção para a o crescimento do sentimento de insegurança que se instalou na cidade e que vem avançando desde o ano de 2005. Conforme dados apresentados pelo estudioso, entre os anos de 2005 e 2011 o número de homicídios cresceu 100%. “Isso não faz da cidade a mais violenta do estado mas deixa claro que a cidade tem sim dados alarmantes”, afirma.
Um dos dois fatores apresentados por Sapori como motivo para o avanço do número de homicídios foi o crescimento do tráfico de drogas em todo estado, junto com a falta de investimentos da secretaria de Defesa Social do Estado. “Sete Lagoas já começou 2012 como um ano tido como ruim. Um dos motivos é a falta de gestão do estado que está omisso em relação as demandas das cidades. Um exemplo disso, foi a redução de investimentos e a falta de estrutura das polícias em todo estado”, comenta.
O professor afirma, que dados levantados dentro de sua pesquisa, mostram que Sete Lagoas, assim como outras cidades, viveu um ano de 2011 marcado pelo aumento do número de homicídios e crimes, chegando a um avanço de 20%. Outras cidades do entorno como Vespasiano tiveram o crescimento avaliado em 80%, reforçando a falta de uma política do estado dentro das cidades.
Como problema local, Sapori apontou a falta de envolvimento da Polícia Militar de Sete Lagoas, ausente na reunião, e conforme explicado pelo professor muito distante da comunidade. “Se o comandante se omite não tem como resolver o problema”, acredita. Além da militar, ele também ressalta a falta de estrutura da Polícia Civil, que assim como em todo estado, opera sem estrutura e condições de exercer suas atividades. “Hoje Sete Lagoas tem uma delegada para cuidar do setor de homicídios, que já chega a 70 por ano. Isso mostra a falta de estrutura para atendimento na cidade”, reforça.
Para reverter a situação ainda neste ano, Sapori propôs a criação de uma Coordenadoria Municipal de Defesa Social que atuaria junto com o Gabinete de Gestão Integrada do Município. Ambos trabalhariam para unir os setores da sociedade civil e militar, em busca de dados e informações que possam reverter a situação do tráfico e da violência na cidade. “As ações são para agora, eu não pensei em nada para 10 anos. O que a cidade precisa neste momento é de uma maior interação entre os órgãos envolvidos como forma de reverter o atual quadro”, termina.
Presidente da Coordenadoria Municipal de Defesa Social, a secretária do setor em Sete Lagoas, Cidinha Canabrava, afirmou que todos os dados levantados serão analisados pelos setores envolvidos juntamente com o prefeito de Sete Lagoas. O próximo passo segundo Cidinha, é “reunir pessoas em torno das ações para criação de um força tarefa em Sete Lagoas”, acredita.
Na ocasião, o prefeito Mário Márcio Campolina diz que o Executivo irá analisar os dados e juntamente com as demais pessoas envolvidas irá viabilizar as ações para reduzir o índice de homicídios e violência na cidade, “A gente sabe que é muito complicado a prefeitura dar conta disso tudo sozinha, mas com a Coordenadoria fica mais fácil agir em cima do problema”, finaliza.
por Cíntia Rezende