Os servidores da educação em Sete Lagoas, das redes municipal e estadual já se preparam para a realização de novas assembleias dentro de poucos dias para tentar resolver a situação da categoria. O grupo, que na semana passada realizou uma greve de três dias; do dia 14 ao dia 16, ainda tenta negociar o pagamento do pisto salarial e outras melhorias para a classe.
Durante a mobilização, cerca de 35% das escolas em Sete Lagoas aderiram ao piquete, que contou também com a ida de mais de 60 filiados dos Sind-UTE Sete Lagoas.
Apesar da falta de um posicionamento, a categoria que atua na cidade comemorou o avanço de alguns pontos, como o agendamento de uma reunião junto a secretaria da educação, prevista para o dia 23 de março, além das próximas assembleias que deverão deverão avaliar os rumos das ações praticadas pela categoria.
Já para a rede estadual, a situação ainda é mais complicada, pois até o momento, a secretaria Estadual de Educação não se pronunciou quanto ao cumprimento das exigências. O Sind-UTE MG disse ainda, que entrou com uma representação contra o estado, devido a orientação do governo para que os alunos não voltassem para casa durante os dias de piquete; fator que para a representante do Sind-Ute Sete Lagoas é inconstitucional, pois fere o direito da greve. “Nós vamos continuar pressionando até que as exigências sejam cumpridas. O lado bom é que a sociedade está mais ciente das nossas causas e do não pagamento do piso salarial. Com as próximas assembleias a gente deverá conseguir novos avanços”, finaliza.
A rede estadual volta a se reunir no próximo dia 21 de março, onde a classe pretende buscar alternativas de negociação com o governo de Minas. Em nota, o Governo de Minas informou que a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) divulgou em seu site uma matéria que traz um panorama dos estados que estariam em desacordo com a Lei n° 11.738/2008, referente ao pagamento do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.
Segundo informado pelo estado, o “texto, entretanto, traz algumas inverdades”, entre elas que o único valor legal do piso nacional estabelecido pelo MEC, para uma jornada de 40 horas semanais, é de R$ 1.451,00. O valor de R$ 1.937,26, citado na referida matéria, é apenas e tão somente uma reivindicação da CNTE. “Não é verdade também que a remuneração inicial dos professores de nível médio em Minas Gerais seria de R$ 369,89, como afirma o site do CNTE. Na realidade, o salário inicial dos professores que têm formação em nível médio no Estado é de, no mínimo, R$ 1.122,00 para uma jornada de 24 horas semanais. Considerada a proporcionalidade para uma jornada de 40 horas semanais, este valor sobe para R$ 1.870,00. Trata-se, portanto, de uma remuneração 28,87% superior ao piso nacional estabelecido pelo MEC, que é de R$ 1.451,00 (já considerado o reajuste de 22% anunciado há duas semanas)”, afirma em nota.
por Cíntia Rezende