Em resposta ao pronunciamento feito pelo padre Adelino da Catedral Santo Antônio, durante uma de suas missas celebradas na semana passada, o secretário de Transporte e Trânsito, Caio Valace, comentou o parecer contrário do pároco em relação a liberação do trânsito nas proximidades da catedral.
Na ocasião, o padre teria falado que não entende de quem seria a “brincadeira” de liberar novamente a passagem de carros no local. Adelino ainda teria questionado se a ação seria uma “vontade” do atual secretário ou de quem fechou o trânsito na época.
Em contato com o SeteLagoas.com.br, Caio informou que a liberação do trânsito na área não é uma vontade dele, nem da secretaria, mas sim de um projeto apresentado e aprovado pelo Ministério Público. “Nós não fazemos as coisas por vontade própria. Estamos respaldados por um laudo de uma arquiteta, de uma profissional do Ministério Público”, afirma.
O secretário informou ainda, que o padre exigiu a retirada dos operários da secretaria de obras, que paralisaram as atividades em função da repreensão do pároco. As intervenções, que estão avaliadas em R$40 mil ainda não tem data para conclusão.
Ainda de acordo com o posicionamento do secretário, as mudanças foram avaliadas de forma positiva pelo órgão estadual, que irá viabilizar as ações. “O Ministério entendeu que a passagem de carros menores não irá prejudicar o trânsito do entorno, então nós vamos promover as mudanças dentro de pouco tempo”, reforça.
Junto com a liberação do fluxo de carros pequenos, haverá ainda faixas elevadas para pedestres, sendo que, uma delas, será feita na porta do Colégio Regina Pacis, além de um medidor de altura de veículos, para evitar o trânsito de caminhões. “A sociedade não pode sofrer com esse tipo de intervenção, e por isso, temos que liberar a área o mais rápido possível”, finaliza.
Nossa redação entrou em contato com o pároco Adelino, que informou que ainda hoje irá se pronunciar sobre o assunto. Durante dois anos, a secretaria mudou o sentido das ruas do entorno da Catedral de Santo Antônio, Museu Histórico e Centro Cultural Nhô Quim Drummond “Casarão”, para preservar a área tida como patrimônio histórico cultural.
Conforme anunciado na ocasião, as medidas foram tomadas para preservar o patrimônio, que estaria abalado pela passagem de veículos pesados. Para isso, foram instaladas novas placas de sinalização, rotatória, estacionamento e passeios, para adaptação da alça lateral da Igreja Matriz. A medida restringiu o trânsito em frente ao Museu, a Catedral e 70% do Casarão, conforme anunciado pelo secretário na época, Eduardo Betti.
Na prática, o motorista que partia da Avenida Renato Azeredo à praça Tiradentes passou a virar à direita na Rua Dr. Pena, seguir à esquerda na Fernando Pinto e, novamente à esquerda, na Rua Ilka França.
Os sentidos de outras vias também foram alterados, sendo que a Dr. Pena passou a ser mão única até o encontro com a Fernando Pinto e mão dupla no quarteirão seguinte. A Fernando Pinto segue Bairro-Centro até a Rua Ilka França, a qual, junto com a Rua Padre Henrique, teve o sentido invertido. A Cônego Raimundo comporta dois sentidos e, no quarteirão entre a Fernando Pinto e Praça Barão do Rio Branco, mão única.
por Cíntia Rezende