Durante o final de semana, moradores da região da Catedral de Santo Antônio colocaram faixas em protesto ao anúncio de liberação do trânsito na região feito pela Secretaria de Trânsito de Sete Lagoas.
As faixas questionam sobre a decisão de abrir o trânsito novamente e as possíveis consequências disso. “Eu não concordo e se precisar ir lá atrapalhar as obras eu vou”, afirma Mercedes, mais conhecida como Dudú. Ela é uma das moradoras que manifestaram contra a decisão, que de acordo com Dudú irá prejudicar a catedral e também o sossego dos moradores da região.
Se alguns são contra a abertura do trânsito na região, outros acreditam que a medida pode voltar a movimentar o comércio nas proximidades do local. Atuando próximo á Catedral há três anos, a dona de um escritório de advocacia Jaqueline Macedo, conta que teve que sair da área porque com o impedimento do trânsito o número de clientes caiu consideravelmente. “A área ficou fora de mão pra muita gente” comenta. Agora, a profissional afirma que está na Rua José Duarte de Paiva e que o número de clientes voltou a subir.
Em entrevista exclusiva para o SeteLagoas.com.br, o Monsenhor Adelino comentou na semana passada a polêmica envolvendo as alterações no trânsito nas proximidades da Matriz de Santo Antônio. De acordo com o padre, ele teria recebido um ofício na quinta-feira (15), da secretaria de Trânsito, comunicando que seria permitido aos veículos leves novamente trafegar pelo local. Segundo informado por Adelino, uma semana antes, ele se deparou com trabalhadores da secretaria de Obras, realizando serviços no local. “Fui surpreendido naquele momento. Perguntei quem seria o responsável pela equipe para que ele me explicasse o que estava acontecendo. Ninguém havia falado com a gente que haveria mudanças. Da mesma forma que fui convidado para uma reunião, em janeiro de 2008, para tratar do assunto da interdição da via lateral da catedral, gostaria de saber o que de fato estava acontecendo”, contou.
A secretaria de Trânsito enviou ao SeteLagoas.com.br um ofício esclarecendo as alterações que serão feitas na área. Conforme explicado, a determinação tem aval da Dra. Andréa Lana Mendes Novais, analista do Ministério e também da Arquiteta Urbanista do CREA. Em nota, caio disse que, desta forma, “tais medidas compõem as estratégias da SELTRANS no sentido de minimizar os transtornos causados com o fechamento de tal rua, sobrecarregando o tráfego nas ruas Dr. Pena, Fernando Pinto, Pça. Barão do Rio Branco, Rua Ilka França, com fortes reflexos nas ruas Senador Salgado Filho e Santa Helena”, disse.
Além disso, o secretário ainda anunciou, que dentro de pouco tempo o chamado “zebrado” que hoje está no chão da via, será substituído por elementos paisagísticos com estreitamento da pista e continuação do passeio; ações para permitir que os carros passem tranquilamente pelo local.
Em contato com a redação, Caio informou que a liberação do trânsito na área não é uma vontade dele, nem da secretaria, mas sim de um projeto apresentado e aprovado pelo Ministério Público. “Nós não fazemos as coisas por vontade própria. Estamos respaldados por um laudo de uma arquiteta, de uma profissional do Ministério Público”, afirma.
As intervenções, que ainda não tem prazo para serem finalizadas, estão avaliadas em R$40 mil e ainda não tem data para conclusão. “O Ministério entendeu que a passagem de carros menores será favorável para a melhora do trânsito do entorno, então nós vamos promover as mudanças dentro de pouco tempo”, conclui.
por Cíntia Rezende