Todos os dias, sempre nos mesmos horários, as portas das escolas da região central se tornam áreas de grande concentração de crianças, pedestres, motoristas e veículos escolares. A cena seria típica, a não ser pelo fato de que, cada dia que passa, as crianças ficam mais vulneráveis a possíveis acidentes, com carros que passam pela região ou até mesmo pelos próprios escolares.
É sabido que o horário de entrada e saída dos estudantes coincide com horário de almoço dos trabalhadores e também com o término de expediente. Na prática, isso reflete em ruas com mais carros e um espaço restrito para que os motoristas possam desembarcar as crianças de forma segura.
Na região central de Sete Lagoas, nossa equipe de reportagem observou que, apesar de haver uma determinação para que os motoristas dos escolares parem em uma área restrita para transbordo das crianças, alguns deles se precipitam e param no meio da rua, ou em locais proibidos em frente as escolas, restringindo o trânsito para quem está de passagem.
Com isso, alunos, que deveriam entrar de forma segura dentro dos ônibus, passam a embarcar em uma área instável. O que acontece na verdade é que inquietos, muitos deles acabam por andar em meio à rua, andando de um lado para o outro, tornando a passagem de todos ainda mais perigosa. Fora os motoristas que fazem a parada no meio da rua, deixando o trânsito ainda mais tumultuado e arriscando a segurança das crianças.
Confira os flagrantes feitos por nossa equipe de reportagem:
http://www.youtube.com/watch?v=h_dtLvIjjHs
Motorista de ônibus desde o ano de 1996, Paulo Roberto chama atenção para o grande número de veículos que hoje prestam o serviço em Sete Lagoas, e a falta de um espaço para trânsito seguro dos alunos. “O que a gente vê é que, mesmo com as vagas não tem como todo mundo parar. Além da falta de um espaço, acontece que veículos particulares da região, muitas vezes usam o nosso espaço para estacionar, limitando ainda mais a nossa atuação”, conta.
Paulo conta que quem sai prejudicado com a ação são os estudantes, que não têm uma segurança para entrada e saída das escolas. Além da famosa fila dupla feita pelos pais para deixarem as crianças nos locais, há também a imprudência dos motoristas dos ônibus. “Não são todos, eu mesmo não faço isso, mas eu acredito que com uma maior fiscalização esse problema pode acabar”, acredita.
Na secretaria de Transporte e Trânsito, fomos informados de que houve uma redução do número de fiscais de trânsito na área central, para que fosse suprida a demanda das outras escolas, que também passam pelo mesmo problema. Membro do setor de fiscalização da secretaria, Sidney Eduardo conta que a pasta está ciente do problema.
De acordo com ele, a área necessita de uma maior fiscalização, que poderá ser feita em parceria com a Polícia Militar. Junto a isso a secretaria também pretende promover uma reunião entre os motoristas prestadores do serviço, pais e representantes escolares, para que haja uma “adequação de conduta”, evitando que cenas como a fila dupla, parada em área de risco e possíveis acidentes envolvendo estudantes, não sejam vistos na porta das escolas da cidade.
por Cíntia Rezende