A Prefeitura de Sete Lagoas/Secretaria de Assistência Social concluiu recentemente as obras de reforma e ampliação do Projeto Acolher, espaço destinado a atender moradores de rua, em sua grande maioria, fora do convívio familiar e usuários de álcool e entorpecentes. O projeto, que fica na Rua Leopoldina, 326, acolhe pessoas em situação de rua, desabrigadas por abandono, migrantes e pessoas sem condições de autossustento, dentre outros grupos que necessitam de uma assistência mais direcionada.
Criado em 2008 e reestruturado em 2010, o Projeto Acolher conta com 15 profissionais, entre pedagogos, assistentes sociais, psicólogos, educadores sociais e serviços gerais. As obras de ampliação do espaço, com recursos da Prefeitura, foram de outubro de 2011 a abril deste ano e incluíram reforma da cozinha, novos banheiros, pintura, reforma de telhados, novas salas para terapia ocupacional, quadra esportiva e iluminação.
De acordo com a coordenadora Maristela de Paula Rodrigues, desde 2010 já passaram pelo Projeto Acolher mais de 200 pessoas. “Tivemos um índice de recondução para o lar de 80%, incluindo pessoas que voltaram para a sua família, pessoas que formaram nova família, ou mesmo que começaram a trabalhar e adquiriram residência própria”, enfatiza a coordenadora. Maristela explica que o trabalho inicial do Projeto Acolher é o de tentar identificar se o abrigado possui algum parente na cidade e como anda o laço familiar. “Quando não é possível recuperar o laço familiar, estimulamos a autonomia através de reforço escolar, atividades esportivas, horta, artesanato, aquisição de documentos e encaminhamento para o mercado de trabalho”, diz. “Além disso, são servidas quatro refeições diárias”, completa.
O diretor do Projeto, Márcio do Rosário Lustosa reforça a parceria da Secretaria de Assistência Social com a Secretaria de Saúde. “Temos atualmente 43 acolhidos, dos quais cinco são mulheres, contando também com tratamento dentário, ginecológico e médico em geral, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde”.
“É um projeto de que nos orgulhamos muito, pois tentamos atender a todos os acolhidos em sua integralidade. Nesses moldes, não temos conhecimento de outro projeto semelhante no Brasil”, destaca a secretária de Assistência Social, Cidinha Canabrava. Ela explica que, em virtude da integralidade desse atendimento, o Projeto Acolher possibilita a esse cidadão reconstruir seu projeto de vida e alcançar sua emancipação social.
Porém, a triste realidade das drogas pode ser sentida quando se descobre que 98% dos moradores de rua acolhidos no Projeto chegaram a esta situação em razão do álcool e outros entorpecentes, especialmente o crack. “Quando se trata de dependentes químicos, o primeiro acolhimento é feito pelo Centro de Referência em Assistência Social (Creas), que estuda a situação do indivíduo. No Projeto Acolher, os dependentes químicos ficam um mês morando aqui para que haja uma adaptação a nova rotina, bem como para desintoxicação”, ressalta Maristela. “Nos casos em que há muita resistência, encaminhamos o indivíduo para uma comunidade terapêutica. Atualmente temos 12 usuários nesta condição”, conclui.
Da redação, com informações de Ascom prefeitura de Sete Lagoas