“Se é difícil pra gente que é daqui, imagina pra quem não é, ou veio resolver alguma coisa na cidade”. A frase da estudante de administração, Jéssica Eduarda, define bem o sentimento de quem precisa de ônibus para circular por Sete Lagoas. Pontos sem abrigos e, sequer sinalização, confunde usuários todos os dias na cidade por não saberem onde esperar o coletivo. Em alguns locais apenas uma placa pequena com a inscrição “Parada de Coletivos”, afixada em postes de iluminação pública, define o ponto. “Voltando da faculdade à noite, o ônibus não parou pra mim, só no outro dia fui saber que o lugar não era mais ponto. Ninguém avisa nada”, afirma Jéssica.
Moradores de alguns bairros da cidade esperam o ônibus no mesmo local, sem sinalização, porque acostumaram, como confirma a atendente Marcela Fernandes. “Tem um lugar no Carmo que todo mundo fica lá porque já é costume, não tem uma plaquinha ‘falando’ que é ponto”. A dona de casa, Eliana Barbosa, garante que “Quem não mora aqui, passa aperto para andar de ônibus. Tem que ficar olhando para o poste pra saber se é ponto”.
A empresa que presta o serviço de transporte coletivo na cidade afirma que a responsabilidade é da prefeitura. “Os locais onde serão pontos são definidos através de demanda e em comum acordo com a secretaria de Trânsito, mas a sinalização fica a cargo da prefeitura”, é o que garante o gerente da Turi, Roberto Samuel. Que adianta que será lançado pela empresa, nos próximos meses, um site com informações de todos os pontos de ônibus de Sete Lagoas. “O levantamento de ponto por ponto foi feito e, acredito, que dentro de dois ou três meses, o site estará no ar”, finaliza.
A publicitária Renata Silva diz que precisa contar com a boa vontade do motorista para descer no mesmo lugar todos os dias. “Como não tem sinalização nos pontos, tem dia que os motoristas param em lugares diferentes, é muito difícil”, desabafa.
A solução para acabar com os problemas da falta de sinalização nos pontos de ônibus, segundo a prefeitura, é a licitação do transporte coletivo que está em andamento. De acordo com o secretário municipal de Trânsito e Transporte Urbano, Alex Gonçalves, “a empresa que vencer a licitação será obrigada, em contrato, a instalar 20 abrigos de ônibus por ano, sendo que o contrato de licitação é válido por 20 anos. Serão, portanto, 400 abrigos de ônibus na cidade, em substituição às placas indicativas atuais.
O secretário informou ainda que a definição quanto aos locais dos pontos de ônibus, bem como alterações desses locais, são de responsabilidade da Prefeitura/Seltrans.
Por Marcelo Paiva