A partir da zero hora deste domingo (21), os relógios de quem mora nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, deverão ser adiantados em uma hora. Nesta data, entra em vigor no país, o horário de verão, que se estenderá até 17 de fevereiro do ano que vem. Com essa medida, a Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig estima uma redução na demanda diária máxima de energia de até 4%, o que corresponde a cerca de 320 MW, em Minas Gerais. A Bahia cogitou aderir, mas, por causa da grande rejeição à medida, o governador Jaques Wagner (PT) decidiu deixar o Estado de fora.
Porém, a medida não agrada alguns moradores que acreditam que os dias ficam mais cansativos. Ricardo dos Santos, mecânico industrial, disse que apesar de saber dos pontos positivos, tem muita dificuldade para se adaptar às mudanças. “É complicado porquê temos que acordar mais cedo e só conseguimos dormir mais tarde”, desabafa. Para a advogada Lívia Oliveira, não deveria existir a medida. “Eu acho ruim. Não gosto deste horário não. O fato de você acordar para ir trabalhar ou estudar e ainda estar escuro, acho que influencia um pouco no psicológico da gente, da mesma forma que incomoda escurecer mais de sete da noite”.
Para a estudante de contabilidade, Daniela Costa, além da economia de energia é “muito bom sair do serviço ainda com sol. Eu adoro o horário de verão”. A advogada Liliane Menezes conta que o dia rende mais. “Quando saio do escritório ainda está claro, consigo fazer mais coisas e tenho mais disposição”.
Durante os 119 dias, ou praticamente quatro meses, de Horário de Verão, espera-se uma economia de energia de até 0,5% (88.000 MWh), o que seria suficiente para abastecer a capital mineira durante dez dias. Para o consumidor residencial, por sua vez, a redução mensal pode chegar a 5%, sem a mudança dos hábitos de consumo.
Segundo Wilson Fernandes Lage, engenheiro de Operação do Sistema da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, o principal benefício do Horário de Verão é o aumento da confiabilidade e segurança na operação do sistema elétrico, o que acaba reduzindo o risco de apagões. “Isso é alcançado pela redução da demanda máxima durante o horário de pico de carga do sistema elétrico brasileiro, que ocorre no período das 18 às 22 horas”, afirma.
Ainda segundo o engenheiro, o Horário de Verão pode gerar uma série de outros ganhos. “Com a sua adoção, é possível, por exemplo, facilitar a programação de manutenções, reduzir a necessidade de geração térmica para atendimento de ponta, minimizar a necessidade de investimentos para atendimentos localizados e preservar o meio ambiente, já que a poluição que seria produzida pela queima de combustível fóssil é evitada”, explica Wilson.
De acordo com Wilson Lage, como nesta época os dias ficam mais longos, a economia registrada, principalmente nas regiões mais ao Sul do Estado, pode ser bastante significativa. “Quanto maior a distância da linha do Equador, maior o efeito do horário”, comenta. Esta é a 42ª edição do Horário de Verão que, desde 2008, possui data fixa de início (terceiro domingo de outubro) e término (terceiro domingo de fevereiro). Essa medida é adotada em cerca de 84 países do mundo, sendo que, os países do Hemisfério Norte adotam a medida entre março e outubro, enquanto que no Hemisfério Sul o horário de verão é adotado entre outubro e março.
Da Redação, com informações de Cemig