Com uma vitória de dez votos a favor e sete contrários os vereadores mantiveram o veto do ex-prefeito Maroca a lei que mudaria o prazo máximo de fabricação para os veículos que fazem o serviço de transporte escolar na cidade. No texto original os veículos que prestam o serviço podem rodar até o dia 31 de dezembro do ano em que completam 15 anos de fabricação.
Na proposta apresentada pelo vereador Marcelo Cooperseltta, e aprovada em primeiro turno ainda no ano passado, o prazo seria estendido até que os veículos completassem 20 anos de fabricação. A alegação de Marcelo para a proposição seria que os donos dos veículos teriam dificuldades em atender a exigência na aquisição de um veículo novo. “A prestação de um ônibus novo sai em média a R$ 3,8 mil, isso é o que eles tiram por mês com a mensalidade. E o diesel, o monitor, e o dinheiro para comer?” questionou.
Antes de saber do resultado da votação o presidente do sindicato dos transportadores escolares de Sete Lagoas, Sintesette, Luciano Luzia de Freitas, defendia a categoria dizendo que “nunca aconteceu nenhum problema com os escolares. Se tiver que trocar o veículo o transportador vai precisar aumentar a mensalidade aí a população não vai dar conta”, ponderou.
Com o plenário da Câmara cheio na tarde dessa quinta-feira, 14, inclusive com motoristas do transporte escolar, começou uma intensa discussão sobre o tema entre os parlamentares. Um dos participantes da comissão para manutenção do veto, Dr. Euro Andrade, defendeu seu voto contrário à matéria dizendo que: “Não podemos esperar a tragédia acontecer para depois fazer alguma coisa. Conversei com vários mecânicos que garantiram que depois de dez anos de uso o risco de algum problema é grande”.
Também contrário à proposta, o novato Douglas Melo disparou: “aqui não é uma bolsa de valores para levarmos em conta o dinheiro em primeiro lugar. As vidas das pessoas envolvidas precisam vir na frente. Acredito que aqui ninguém tem carro com mais de dez anos de uso porque os que levam as crianças até a escola podem ser mais rodados?”, disse.
Diante o impasse foi feita uma votação secreta que confirmou a manutenção do veto pelos vereadores. Resignado com a decisão Cooperseltta se resumiu “agora vamos esperar para ver o que fazer”, finalizou. Apesar do resultado vários vereadores concordaram que essa decisão deveria vir do poder executivo e não voltar para uma nova discussão na Câmara.
Por Marcelo Paiva