Uma briga que dura mais de sete meses, parece, estar próxima do fim na Câmara municipal. Organizadores do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros, LGBT, lutam para instituir no município a data do orgulho gay, que já é comemorada em várias cidades do Brasil. De acordo com o projeto de autoria do vereador Dalton Andrade o dia do orgulho gay seria comemorado no município no segundo domingo de setembro. A matéria já foi retirada de pauta e até sumiu na Câmara no ano passado.
O coordenador do movimento LGBT de Sete Lagoas, Fábio Paiva, lamenta o impasse que vai se arrastando durante os últimos meses. “Ano passado os vereadores pediram para esperar para votarem o projeto porque estava próximo do período eleitoral e queriam evitar algum desgaste, agora não tem porque não colocarem o projeto em pauta.” Afirma Fábio que teme uma resistência da ala evangélica dos vereadores para a apreciação da matéria. O que teria dificultado a colocação da proposição na pauta da reunião dessa terça-feira, 19.
O que os participantes do movimento em Sete Lagoas temem é que alguns vereadores da bancada evangélica estejam dificultando a entrada da matéria na pauta, afirmação que é rechaçada pelo vereador Pastor Fabrício. “Não sou contra a colocação do projeto na pauta, mas sou a favor da manutenção da família. Acho que não é preciso legalizar a data para se fazer o evento, eles podem se organizar e comemorar um dia qualquer. Não existe um dia da família, não é verdade.” compara.
Outro vereador com princípios evangélicos, Marcelo da Coperseltta, garante que o projeto vai entrar na pauta na próxima reunião parlamentar, mas adianta que “entrar na pauta é uma coisa. Aí vamos discutir para ver o posicionamento de cada vereador”. Avalia deixando no ar que a aprovação da matéria não está garantida.
Aliviado com a eminente entrada do projeto na pauta da próxima reunião Fábio Paiva desabafa. “Não queremos que os vereadores abracem a causa apenas respeitem e votem”. Para que uma parada gay seja comemorada como já acontece em várias cidades é preciso que uma lei municipal seja criada institucionalizando a data na cidade.
Por Marcelo Paiva