Sem trabalho, o padre afirma que sua situação é de penúria. Decio Marcio conta que vive com a ajuda da família e amigos. “Tenho vivido com minha família, que me acolheu bem quando a Igreja que sirvo, e pela qual larguei tudo para servir, me abandonou. Estou pensando seriamente em buscar meus direitos na Justiça do Trabalho, pois a instituição Igreja Católica não sabe fazer justiça. Estou sendo julgado e condenado por ter celebrado uma missa e dado uma bênção para as alianças de um casal muito mais cristão que muitos padres que eu conheço”, afirma. De acordo com o sacerdote, padres sem paróquia não recebem salário e não têm direito a qualquer benefício, como plano de saúde.
Questionado se tem arrependimento em ter se tornado padre, Decio afirma que não. “Não me arrependo de ser cristão e nem de ter servido a Igreja. Estou decepcionado com os homens da Igreja. Passei por várias dioceses e arquidioceses do Brasil, inclusive a de Belo Horizonte, onde me tornei Teólogo Católico. Vi, ouvi e registrei muitas falhas, bem maiores que rezar uma missa e abençoar duas pessoas que se amam. Padres são ingênuos, acham que são espertos e que podem fazer o que quiserem; o povo hoje já não está bobo não. Quero apenas servir a Deus, na pessoa de Jesus, do Espírito Santo, e, para isto, fui ordenado sacerdote”, explica. Sobre seu futuro, Decio afirma que vai procurar um emprego e trabalhar, já que tem muitas contas a pagar.
Procurado pela reportagem, o bispo Dom Guilherme Porto se manifestou em relação às declarações do sacerdote Decio Marcio. O bispo não quis polemizar. “O padre Decio não tem mais o direito de exercer o ministério na diocese de Sete Lagoas, que abrange 22 municípios. Há normas que o padre deve seguir e ele não se sujeitou às mesmas. Ele não é de Sete Lagoas e o acolhemos com todo carinho, como é feito com todo padre de fora. O caminho é ele procurar a sua diocese de origem ou até mesmo Belo Horizonte”, afirmou Dom Guilherme.
Da redação
Celso Martinelli