A ousadia dos bandidos que invadem as lojas da Rua São José, no bairro São Geraldo, durante a madrugada têm assustado os comerciantes que, além do endereço, também compartilham o medo e o sentimento de impotência diante da constância dos crimes.
Ao ser questionada sobre a situação, uma comerciante, que não quis ser identificada, enumera diversos estabelecimentos vizinhos que já foram roubados ou assaltados na rua. Por medo, ela evita ficar sozinha no comércio e passou a fechar uma hora mais cedo. “Aqui é entregar na mão de Deus”, desabafa.
O comerciante, Luiz do Egito Ribeiro, dono de uma sorveteria, já teve o estabelecimento arrombado três vezes em apenas 60 dias. Luiz calcula que o prejuízo chegue a R$ 6 mil, além dos roubos, ele gastou com obras e sistemas de segurança, mas ainda não se sente seguro.
“Todo dia fico esperando me ligarem e avisarem de outro arrombamento” confessa o comerciante. Luiz também estranha o que é roubado. “Da última vez levaram uma balança, cigarros e bebidas,” explicou o comerciante.
Uma das táticas utilizadas pelos bandidos é fazer buracos nas paredes do fundo das lojas, provavelmente com marretas, para conseguir entrar. Na sorveteria, além dos buracos, os basculantes de uma das janelas já foram retirados. O acesso dos assaltantes é facilitado porque no fundo das lojas existem muitos lotes vagos, que embora sejam murados, dão acesso aos comércios da Rua São José.
Outra loja que tem lote vago no fundo é a oficina de bicicleta de Wilson Andrade, que já foi arrombada sete vezes. “A rua está um perigo, roubo aqui é direto” reclama Wilson. Alguns comerciantes chegaram a fechar a loja e se mudar, e outros passam o ponto. Muitas portas de lojas ainda guardam sinais da violência com remendos de reboco destoando da pintura e ferros retorcidos.
Até o fechamento da matéria não obtivemos nenhum posicionamento oficial da Polícia Militar sobre a área. Contudo, foi informado que nessas situações a população deve registrar o Boletim de Ocorrência para que os policiais tenham estatística que indiquem a necessidade de realização de operações pontuais na área, o que é feito mesmo com efetivo reduzido.
Por Nayara Souza.