Sete Lagoas é uma cidade perigosa para mulheres. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), somente no ano de 2024, 77% dos casos ingressos na rede hospitalar advindos de violência são de pessoas do sexo feminino.
Foram notificados 70 casos neste ano: chama atenção que deste percentual, 16 aconteceram com homens. As mulheres, entre 20 a 49 anos, são os principais alvos, inclusive tendo registros com recém-nascidas (2 casos em 2024). Ao menos um caso de violência aconteceu em todas as faixas etárias.
É em casa onde tudo começa: dos 70 registros, 56 aconteceu em residências (com 82% das vítimas sendo mulheres, de todas as idades). Após, aparecem dados residuais em vias públicas (4), habitações coletivas (3), bares, comércio, indústrias e locais de práticas esportivas (1 cada).
Violência física predominante
Em outro recorte disponível dos dados da SES-MG, podem ser vistos os casos por tipo de violência. Dos 70 registrados:
- 39 são agressões físicas (32 com mulheres)
- 10 são violência psicológica ou moral
- 8 casos de violência sexual (todos com pessoas do sexo feminino)
- 33 outros tipos não classificados
Em recortes, é possível apontar também um caso de tortura e de negligência ou abandono.
Violência sexual: maioria dos casos acontece em casa
Em outro recorte, sobre violência sexual, Sete Lagoas registra ao menos um caso por faixa etária (no universo de oito casos), inclusive a recém-nascidas no ano de 2024. Houveram 2 registros a crianças de 5 a 9 anos. A maiora das vítimas são mulheres pardas (87,5%) e os casos aconteceram em suas moradas (5).
Até o momento, todos os autores dos crimes sexuais são homens. A principal forma de ataque é por meio de estupro (7), mas há registros de assédio (2 casos).
O Governo do Estado aponta no ano de 2022 (único dado recente) que houveram 1220 casos de violência contra a mulher em Sete Lagoas, com informações da Polícia Civil.
Filipe Felizardo