De acordo com pesquisa da Folha de São Paulo, divulgada nesta segunda-feira, 17, as tarifas de ônibus no Brasil estão entre as mais caras do mundo. O assunto está em evidência diante dos inúmeros protestos contra o aumento das passagens pelo país. Iniciada em São Paulo, a manifestação ganha adeptos de norte a sul.
Na pesquisa, foi realizada uma comparação dos preços das passagens de dez cidades ao redor do mundo, com os preços praticados no Rio e em São Paulo, onde os protestos foram mais intensos.
Analisando o preço na moeda local e transformando-o em dólar, São Paulo e Rio têm passagens mais baratas, pela ordem, do que Londres, Tóquio, Ottawa (Canadá), Nova York, Lisboa, Paris e Madri. Porém, nessa análise não é considerado o salário médio da cidade. Considerando, portanto, a renda média e as horas trabalhadas em cada cidade, São Paulo e Rio têm as passagens mais caras. O paulistano tem que trabalhar 14 minutos para pagar uma passagem. Para o morador do Rio, são 13 minutos.
Fica claro que a manifestação vai além do valor real aumentado no preço da passagem. Os protestos envolvem o desejo de contar com serviços melhores e mais bem estruturados, com o mínimo de conforto e segurança.
Em Sete Lagoas as passagens de ônibus do sistema convencional foram reajustadas em fevereiro deste ano. Os usuários precisam pagar agora R$ 2,50, um aumento de mais de 13% em cima dos R$ 2,20 cobrados anteriormente. Na época, moradores se mobilizaram para criação de uma petição pública online, pedindo a correção no valor das tarifas de ônibus da cidade. Com quase duas mil assinaturas o documento foi protocolado na Câmara Municipal de Sete Lagoas, mas não rendeu efeito prático. (Relembre AQUI).
O assunto volta a evidência e os protestos começam a ganhar adeptos em Sete Lagoas. Moradores se organizam e um encontro já está marcado para o próximo sábado, dia 22, às 13h, na Praça Tiradentes. Iniciado nas redes sociais, o movimento “Vem pra rua Sete Lagoas” tem como objetivo “despertar para os abusos que são cometidos em nossa cidade. A luta da população Brasileira contra os descasos está cada vez maior e mais forte. Não se acomode com aquilo que te incomoda, vá para rua, leve cartazes, apitos e faixas, vamos nos mobilizar”, diz o texto publicado na página do movimento.
por Juliana Nunes, com informações de Folha de São Paulo