As reivindicações são diversas. Cada manifestante, apesar de escolher um tema para estampar seu cartaz, abraça as reivindicações dos outros. É assim que o movimento ganha força. “O problema do outro também é meu problema. Estou aqui protestando contra o preço da passagem de ônibus em Sete Lagoas, mas sei que várias outras pautas aqui discutidas são extremamente importantes,” desabafa a estudante de psicologia, Camila Neves.
No meio da multidão, pais e filhos, casais, grupos de amigos e vários outros desconhecidos caminhando na mesma direção. Ainda na concentração, na Praça Tiradentes, os manifestantes gritavam “Para de me olhar, e venha protestar”, a fim de mobilizar quem assistia parado. Na medida em que seguia rumo à orla da Lagoa Paulino o grupo ganhava mais adeptos e o coro ficava mais forte.
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No movimento, diversas pautas de reivindicações. Alguns pediam por mais segurança pública, outros protestavam contra a PEC da impunidade, pediam médicos nas Estratégias de Saúde da Família e mais profissionais de enfermagem.
Tinha ainda os que pediam mais investimentos em educação e que protestavam a favor da valorização do professor. Outro cartaz dizia “Sozinhos somos fortes irmãos, mas juntos somos a nova nação”, dizia a mensagem. A proposta era mesmo mobilizar os que ainda estavam acanhados e receosos. Um jovem carregava um cartaz dizendo “Se você não faz nada você é parte do problema“.
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A multidão seguiu até a Rua Luís Privat e tomou conta do espaço. Nesse momento, alguns grupos se dispersaram. Um deles foi em direção a Av. Antônio Olinto com o objetivo de parar o trânsito. Jovens sentaram na rua e não permitiam que os veículos seguissem. Uma mulher que dirigia uma caminhonete prata tentou romper o bloqueio e forçar a passagem. Um grupo não gostou da atitude e partiu pra cima atingindo o carro com pesadas e chutes.
Em outro ponto, na Praça da Estação, bombas eram arremesadas durante o protesto. Muitas pessoas que saiam do serviço estavam visivelmente aflitas, com receio de irem pra casa. Com a interferência na Antônio Olinto, ônibus da Turi foram impedidos de passar formando um congestionamento nas proximidades do supermercado Santa Helena. A Polícia Militar tentava controlar a situação. (Veja vídeo abaixo)
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Houveram casos isolados de desordem e bagunça e a maioria das pessoas pedia por atitudes pacíficas e repudiavam atos de vandalismo e violência. Uma mulher chegou a ser atingida por uma bomba lançada na manifestação.
Mais tarde, os manifestantes se dispersaram e podiam ser vistos por toda a região central da cidade. Para a dona de casa Maria Rita Gomes a manifestação foi positiva. “Sempre tem os que querem confusão. Mas o importante é que a maioria sabe bem a que veio e quer apenas lutar por seus direitos”, relata.
Nova manifestação do movimento “Vem pra rua Sete Lagoas” está prevista para sábado, 22, com concentração a partir das 12h, na Praça Tiradentes.
por Juliana Nunes