Minas Gerais é o estado com maior número de abalos sísmicos registrados em todo o Brasil no ano de 2024 – e Sete Lagoas é uma das cidades que mais registraram movimentos telúricos. No país, 108 ocorrências foram apontadas.
Os dados são do Centro de Sismografia da Universidade de São Paulo (USP). Minas Gerais contabiliza 55 tremores de terra, sendo 25 na cidade de Frutal, no sul do estado. Sete Lagoas, até a metade de julho deste ano, contabiliza 7 tremores ao todo:
14/01 – 2.30 pontos em escala Richter (mR)
16/01 – 2.70 mR
16/01 – 2.43 mR
16/01 – 2.90 mR
03/02 – 2.29 mR
04/03 – 2.28 mR
07/04 – 1.75 mR
Além da cidade, foram contabilizados abalos em Matozinhos, Lagoa Santa e Caraí, no Vale do Jequitinhonha.
Em entrevista ao jornal O Globo, o professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB) Juraci de Carvalho explica que o Brasil está em sua integralidade numa placa tectônica, por isso, não ocorrem movimentos telúricos tão intensos: “Estamos completamente dentro da placa. Mas tem a Cadeia Mesoatlântica empurrando o Brasil em direção ao Pacífico, e a placa de Nazca empurrando de volta. Então é um corpo pressionado, e de vez em quando há uma falha”, diz.
Terremotos são imprevisíveis – e os casos que ocorreram em Sete Lagoas ainda estão sob estudos. Porém, especialistas acreditam que seja o acomodamento de solo: a cidade possui um terreno cárstico (em processo de erosão, com muita presença de calcário), com várias cavernas e falhas geológicas.
Por conta da quantidade de eventos telúricos acontecidos (são 26 contabilizados desde o ano de 2022), foram instalados sismógrafos em uma parceria entre a UnB e a Prefeitura de Sete Lagoas: “Todos os especialistas ouvidos pela Prefeitura têm descartado a hipótese de causa humana porque, para provocar um tremor como os sentidos até agora, seria necessária uma bomba de potência gigantesca. Mas todas as teses estão sendo consideradas”, afirmou, em entrevista para o SeteLagoas.com.br no mês de janeiro deste ano o então secretário municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agropecuária, Edmundo Diniz.