Jovens em cumprimento de medida socioeducativa no Centro Socioeducativo de Sete Lagoas alcançaram uma marca significativa ao doarem mais de uma tonelada de alimentos para instituições sociais e beneficentes da cidade. A produção, que inclui legumes e hortaliças, também foi distribuída para as famílias dos adolescentes, demonstrando o impacto positivo do projeto de horticultura na vida dos envolvidos.
Essa doação expressiva só foi possível graças à expansão do projeto, que teve sua área de cultivo ampliada de 141 m² para 2,7 mil m². Com isso, os jovens passaram a cultivar uma variedade ainda maior de alimentos, incluindo frutas e ervas medicinais. Um dos destaques da iniciativa é a construção de um berçário de mudas, previsto para ser concluído em breve, o que permitirá a produção de mais itens para doação.
Giselle Cyrillo, subsecretária de Atendimento Socioeducativo da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), ressalta a importância da atividade. “Essas atividades são fundamentais para a reintegração social dos adolescentes, reforçando valores de serviço e cuidado à comunidade”, afirmou.
Inclusão e expansão
Atualmente, dez adolescentes participam da oficina de horticultura, mas a meta é expandir o projeto para incluir todos os jovens atendidos pela unidade. A diretora-geral do Centro Socioeducativo, Raquel Dias, destacou que a ampliação do projeto permite aos adolescentes desenvolverem um novo olhar sobre o meio ambiente e sua responsabilidade social. “Isso ressignifica seu papel na sociedade e beneficia diretamente a comunidade local”, enfatizou.
Impacto na vida dos jovens
Os próprios adolescentes destacam os benefícios emocionais e sociais proporcionados pela atividade.
“Cultivar a horta me ajudou a aliviar a mente. É terapêutico”, diz Pedro Sampaio*, de 19 anos. Túlio Resende*, de 17 anos, complementa. “Além disso, as doações para instituições carentes são importantes. Sempre é bom ajudar o próximo, pois sabemos como é difícil sustentar uma família”.
Silvio Pereira*, de 18 anos, acrescenta. “A horta também apoia nossas famílias. Muitas necessitam de ajuda, e a doação proporciona alimentos de qualidade”.
Além dos jovens, os servidores também relatam os impactos positivos do projeto. O agente socioeducativo Leandro Cesar, que participa ativamente da iniciativa, revelou que a experiência de trabalhar com a terra o ajudou a superar um momento pessoal difícil. “De uma terra seca e árdua, conseguimos produzir alimentos que nutrem pessoas e instituições. Para mim, foi uma experiência que trouxe saúde e renovação de fé”, disse.
Apoio às instituições locais
As doações são vistas como um suporte essencial para as instituições locais. Denise Santos, gerente administrativa da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sete Lagoas, destacou a importância dos alimentos para a nutrição dos assistidos. Cíntia Belino, nutricionista do Hospital Nossa Senhora das Graças, também elogiou a iniciativa, mencionando que os alimentos doados são fundamentais para a alimentação dos pacientes.
Integração com outras oficinas
A Oficina de Horticultura está integrada a outras atividades do centro, como a Cozinha Experimental e a oficina de Informática. Na Cozinha Experimental, os alimentos colhidos são utilizados em confraternizações com as famílias dos adolescentes, fechando um ciclo sustentável de produção e consumo. Já na oficina de Informática, os jovens produzem materiais sobre alimentação saudável, contribuindo para a conscientização da comunidade.
*Nomes fictícios para preservar a identidade dos adolescentes, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).