O Blog Cultural Dedo de Prosa retoma as atividades do projeto Cine Cerrado e exibe no próximo sábado, 24, às 19 h, no auditório da Casa da Cultura, o filme Batismo de Sangue, do diretor Mineiro Helvécio Ratton.
O projeto propõe a ocupação cultural dos espaços públicos, a democratização da arte e da cultura, e a facilitação do acesso às produções do cinema nacional de maneira gratuita. Com nova periodicidade, agora bimensal, o projeto Cine Cerrado levará ao público, exibições de filmes nacionais, priorizando a exibição de obras que circulam fora do eixo comercial, como uma maneira de fortalecer e estimular o hábito de consumo cultural além de promover a valorização da arte cinematográfica.
A edição de agosto do Cine Cerrado conta com a parceria da secretaria de Estado de Cultura, Filme em Minas e secretaria Municipal de Cultura de Sete Lagoas.
Batismo de Sangue é um filme brasileiro realizado em 2006 e lançado em 2007. O filme é baseado no livro homônimo de Frei Betto que foi lançado originalmente no ano de 1983, e vencedor do prêmio Jabuti.
Sinopse
Na cidade de São Paulo, no final da década de 1960, o convento dos frades dominicanos torna-se uma das mais fortes resistências à ditadura militar vigente no Brasil. Movidos por ideais cristãos, os frades “Tito”, “Betto”, “Oswaldo”, “Fernando” e “Ivo”, passam a apoiar logística e politicamente o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado à época por Carlos Marighella. O grupo dissocia-se após uma conversa entre Frei Diogo e seus frades, de onde se conclui a necessidade de dispersão do grupo a partir de então.
Frei Ivo e Frei Fernando partem para o Rio de Janeiro, onde são surpreendidos e torturados por oficiais brasileiros que, acusando-os de traidores da igreja e traidores da pátria, perguntam por informações sobre o local de reunião do grupo para a posterior captura e execução de seu líder, Carlos Marighella. Após sofrerem tortura, os frades informam aos policiais o horário e o local de reunião do grupo, onde Marighella costumava receber recursos oriundos dos frades. Marighella foi então surpreendido e executado por policiais do DOPS paulista, sob o comando do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Frei Betto, refugia-se no interior do Rio Grande do Sul onde é encontrado, preso, e une-se ao restante do grupo no presídio de Tiradentes, em São Paulo, em 1971. Os frades são posteriormente julgados e sentenciados a quatro anos de reclusão em regime fechado.
A única exceção é Frei Tito, que é libertado em troca do embaixador suíço Ehrefried von Holleben, juntamente com outros presos políticos, em 11 de junho de 1970, e se exila na França. Frei Tito não consegue superar as sequelas psicológicas sofridas após ser preso e torturado e acaba suicidando-se.
Com informações de Ascom