O Diretor-Presidente do SAAE, Joaquim Matoso, participou de um programa de rádio na manhã desta quinta, 5, e falou sobre a atual situação da autarquia e sobre o desabastecimento que acomete várias regiões da cidade. Outro ponto destacado por Matoso foi a possibilidade de terceirizar o serviço de tapa-buracos do SAAE, para reduzir os transtornos causados pelas obras.
Após protesto que reuniu moradoras e jovens na porta da prefeitura, na terça-feira, 3, o prefeito Marcio Reinaldo esboçou o desejo de decretar estado de emergência devido a falta de água. “Já fiz um apelo ao jurídico e ao SAAE para que me apresente uma solução o quanto antes. Os meninos estão pedindo água e a situação não é simples”, disse.
Matoso esclareceu que, a partir do decreto de emergência serão possíveis aquisições e contratações de bens e serviços necessários para restabelecer o abastecimento nas áreas afetadas.
A estrutura hidrogeológica da cidade e os problemas operacionais são dois importantes fatores para a presente conjuntura do abastecimento da população. Em determinados pontos da cidade, há abundância de produção de água, enquanto que em regiões mais altas ou como no bairro Quintas da Varginha, a perfuração de poços teve pouco sucesso, mesmo quando explorada por outras concessionárias em áreas de divisa com municípios vizinhos.
O presidente lembrou ainda, que a escassez de investimentos e problemas de gestão que ocorreram ao longo de anos no SAAE não permitiu que a autarquia crescesse à mesma velocidade que o município.
Como a água que atende o município hoje é exclusivamente extraída do subsolo, a administração pública enfrenta dificuldades para as soluções de curto prazo. Como mencionado por Matoso, esse é um dos motivos para a realização da captação de água do Rio das Velhas, o que possibilitará melhores recursos para enfrentar períodos sem chuva. A interligação dos dois sistemas trará benefícios à população, que é quem mais sofre com a falta de água.
Matoso também abordou a polêmica comentada nos últimos dias sobre a possibilidade da autarquia estar sofrendo boicotes. De acordo com o presidente, “registros estão em locais de fácil manuseio, podendo ser ligados ou desligados por qualquer pessoa”.
Ele também reconheceu que existem servidores que estão desmotivados, por questões salariais ou administrativas, porém a grande maioria do quadro de funcionários têm se empenhado nesse momento de crise e trabalhado em horários atípicos para dar maior atendimento ao sete-lagoanos.
O diretor lembrou também que a cobrança da água distribuída pelos caminhões pipa é “inadmissível”. Os moradores devem denunciar esse tipo de irregularidade pelo 115, é preciso citar apenas a placa do caminhão.
Sobre a utilização do Estudo Hidrogeológico o presidente advertiu que o estudo, executado pela empresa Servmar Ambiental & Engenharia, está sendo utilizado no SAAE como ferramenta de gestão, principalmente no que diz respeito aos perfis dos poços tubulares profundos. Porém, resultados obtidos com sua realização ainda não podem ser divulgados devido à necessidade de liberação pelo Igam.
Matoso afirmou que está estudando a viabilidade de terceirização do serviço de tapa-buracos para as obras realizadas pelo SAAE, de forma que melhore o tempo de resposta da autarquia e amenize os transtornos causados pelas obras.
Com informações de Ascom SAAE