“Todo dia é um recomeço”, já dizia aquela frase de auto-ajuda batida e sempre presente nas redes sociais. Recomeço aqui, às 5h45 de 12 de novembro de 2024 mais uma jornada, com um texto de previsão do tempo. Já posso ouvir o bater das panelas na cozinha, onde um cheiro de café inunda o ambiente.
Pela janela vejo os raios de sol que já aparecem bem mais cedo do que de costume – é o indício que a primavera chega em seus momentos finais e se aproxima o período onde o sol vence a lua pela disputa do céu. Após uma semana sem ver o firmamento nessa maldita cor que lhe é de costume, não haverá chuva ou nuvem que irá cobri-lo totalmente.
Caminhando até a pracinha do São Francisco, pensava como foi quente essa noite: 19°C de mínima oficial. Enquanto pensava no texto que iria digitar, dois passarinhos brigavam no ar até caírem no chão, rolando em uma poça d’água:
– Olha, que esquisito, o filho batendo na mãe – dizia um transeunte segurando uma lata de cerveja enquanto via admirado a cena.
Passa o tempo e o suor começa a brotar na testa. Isso é indício de que o calor será intenso, 32°C de máxima. Dentro de uma Alternativo, as pessoas conversam.
– Nossa, o sol já chegou firme!
– Pois é, menina.
– Bom dia, gente! – passa pela roleta uma passageira mais animada – Todo mundo já pensando na quinta-feira!
Quinta-feira (14) é véspera de feriado. O “guerreiro” Instituto Nacional de Meteorologia indica que naquele dia teremos chuva, com máxima ficando em 28°C. Até chegar no feriado, ainda veremos sol na quarta (13) com uma possibilidade de chuva. O restante do feriado? Mais chuva com calor.
“Será que teremos um verão mais quente?” Provavelmente nem tanto, se o fenômeno La Niña se formar.
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“Agora, as condições do tempo!
Nebulosidade se forma nesta noite na região Sul do estado, com possibilidade de chuva já na madrugada de quarta-feira”
Ouvindo o rádio, lembro dos amigos de lá que estavam reclamando que não viam o azul do céu há dias e que estavam com a pele na cor de “papelão molhado”. Essa chuva virá pra cá na quinta, onde não dá tempo de ter essa tez única.
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O único texto mais ingrato com o jornalista neste lugar é o da previsão do tempo. Porque ele sai bem cedinho e não há atualização, já que o próprio nome lhe condiz sua incerteza. Todo dia, uma pessoa acorda, olha pro céu, olha pro site do INMET e escreve. Uma vez floreia, outra vez, só escreve o básico. “E se não chover?”, “Ninguém vai nos cobrar”, já viria outra resposta eximindo-nos a ‘culpa’.
O certo é que, como diz o clichê lá do início, tudo é recomeço. Finalizo aqui, começo outra matéria. Se o previsto falhou, amanhã vou tentar novamente, torcendo para que o improvável esteja de folga. Espero que hoje seja o descanso dele.
– O que achou?
– Legal – responde a colega de trabalho, colocando seu fone de ouvido e digitando algo que realmente lhe interessa no telefone.
Bom dia, Sete Lagoas.