Familiares de soldados que atuam no 4º Grupamento de Artilharia Antiaérea (4º GAAAe), localizado em Sete Lagoas, relatam que desde que surgiu à tona o caso do furto de um fuzil e munições os agentes não foram liberados pelo Exército Brasileiro para retornar para casa. O caso segue em investigação e o autor do furto continua foragido.
A namorada de um soldado procurou a reportagem para relatar a situação: “Todos eles estão presos lá dentro, sem direito a ligação e nenhuma outra informação. Todos os soldados e cabos”, disse. Ela disse que entrou em contato, mas ninguém atende os chamados. Ele foi convocado às 23h de quinta (14) para apurar sobre o furto do armamento, e desde então, permanece na caserna.
Uma mãe de um soldado relatou a preocupação em não ter informações sobre o filho, convocado para ir até o quartel: “Liguei [e] o telefonista foi super sem educação e me mandou levar biscoito e coisas de higiene pra ele. Mandamos suco e biscoito porque falaram que não tem comida para os soldados. Como é que eles querem manter as pessoas lá sem que não tem nem comida?”
Os familiares apontam que os aparelhos celulares foram recolhidos e que não podem estar próximo à entrada do 4º GAAAe. ” [O Exército] não deixa a gente ir na porta do quartel; mandaram a gente só mandar alimentos e alguma coisa para os soldados de Uber”, disse outra mãe de soldado, também sem informações do filho desde a quinta-feira.
“Estou desesperada: meu filho saiu quinta-feira à noite e até agora não tem notícias dele. Não me deixaram nem ouvir a voz dele, não deixaram ligar nem ver, só pegaram a sacolinha que eu levei com as coisas e falando que não ia ter notícias dele”
A reportagem do SeteLagoas.com.br enviou questionamentos ao Exército Brasileiro e aguarda retorno. Em caso de resposta, a matéria será atualizada.
Uma fonte militar ouvida pela reportagem aponta que o procedimento de convocar todos os militares quando algo deste tipo acontece é o padrão e é coletivo: ou seja, incluindo até as patentes mais altas, todos ficarão dentro do quartel até que o material furtado retorne.
O caso
Na noite de quinta-feira (14), um homem, se passando por um militar e utilizando fardamento, foi até um soldado de guarda, relatando um suposto acidente acontecido com um familiar e que o agente deveria ir até a enfermaria verificar a situação. Nisso, o militar entregou o fuzil que portava para o homem para ir até o local; nisso, ele percebeu que caiu em uma trampa. O criminoso já tinha fugido com o fuzil e munições.
A Polícia Militar foi acionada e, segundo informações, foi encontrado um fardamento em uma trilha perto do 4º GAAAe, porém, o autor segue foragido. O militar envolvido na história foi preso em flagrante pelo artigo 246 do Código Penal Militar, que versa sobre fazer desaparecer, consumir ou extraviar combustível, armamento, munição ou peças de equipamentos militares.