Uma companheira de um soldado lotado no no 4º Grupamento de Artilharia Antiáerea (GAAAe) do Exército Brasileiro em Sete Lagoas denuncia supostas agressões sofridas por ele na caserna e a falta de informações sobre seu estado de saúde.
A mulher conta que no dia 28 de novembro o soldado foi convocado novamente para retornar ao quartel, tendo ficado retido por nove dias enquanto se aguardava a apuração sobre o furto de um fuzil. Desde então, ele teria permanecido incomunicável.
No entanto, no domingo (1º), o soldado conseguiu fazer contato com a companheira, relatando que estava internado em um hospital particular da cidade após ter sofrido uma convulsão, estando sem nenhum acompanhante. “Deixaram o meu namorado sozinho lá e foi que ele arrumou um celular para me ligar. Eu cuidei dele a madrugada toda”, relata a mulher, que pediu para não ser identificada.
“De manhã chegou uma tenente, falando que era da área da saúde, e que meu namorado não pode ter contato com familiar nenhum”, continua a companheira do militar, que por orientação desta tenente, se retirou do local. A mulher aponta que o companheiro teria tido o mal de saúde “por conta do ambiente e castigos”. Ele recebeu alta na segunda-feira (2).
Nessa terça-feira (3), o homem voltou a ser internado, desta vez no Hospital Municipal. Mais uma vez, a companheira aponta que o soldado teria apanhado no quartel, com hematomas nas pernas e cabeça.
A reportagem procurou o Comando Militar do Leste, responsável pelo 4º GAAAe, que informou que todo os militares do Exército recebem o adequado amparo a saúde, inclusive aqueles que cumprem medidas disciplinares; e que, em casos assim, os familiares podem receber visitas.
O Comando Militar do Leste ainda informou que o inquérito sobre o furto do fuzil e munições ainda está em andamento, mas que, para preservar a apuração dos fatos, não serão fornecidos detalhes.
O procedimento de retenção de militares do Exército em quartéis por desaparecimento, perda ou extravio de materiais é um padrão. O SeteLagoas.com.br relatou, há algumas semanas, sobre a preocupação de familiares de soldados que ficaram dias sem ter contato com eles.
O caso do fuzil furtado
Um soldado que fazia guarda no 4º GAAAe teria sido enganando por um homem que se passou por um militar, com uso de fardamento, que teria solicitado ajuda do mesmo para socorro. Naquele instante, o agente teria entregue a ele o fuzil municiado a ele enquanto ia à seção de saúde; quando percebeu que o caso era uma mentira, ao retornar a seu posto, não encontrou o indivíduo.
O armamento foi encontrado pela Polícia Militar após uma denúncia de que indivíduos teriam o escondido em um campo de futebol no bairro Montreal. O autor do furto continua foragido.