A área queimada em Sete Lagoas de janeiro a novembro de 2024 triplicou em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados divulgados no domingo (15) são do Monitor do Fogo, elaborado pelo MapBiomas, rede colaborativa de universidades, ONGs e empresas de tecnologia, focada em monitorar as transformações na cobertura e no uso da terra no Brasil.
Segundo o levantamento, ao todo, foram queimados no período 1.836 hectares, um aumento de 212% em relação ao mesmo período de 2023 e a maior extensão dos últimos seis anos. A diferença em relação ao ano passado é 1.248 hectares a mais.
Nos últimos seis anos o Monitor do fogo mostra que a maior área queimada havia sido em 2021 com 613 hectares e a menor em 2020, 224 hectares. em 2024 as queimadas se concentraram entre os meses de maio e outubro com pico atingido em agosto.
O Monitor do Fogo classifica ainda que até novembro deste ano haviam sido queimados 794 hectares de pastagem, 293 de floresta e também outros tipos de cobertura do solo como mostrados no gráfico a seguir:
Crescimento também foi observado em Minas Gerais e no Brasil
Os dados mostram que até novembro Minas Gerais registrava 469.269 hectares de área queimada, crescimento de 167% frente ao mesmo período de 2023.
A nível de Brasil, para o mesmo período de comparação a área queimada chega a 29.768.019 hectares, 90% a mais.
Os dados mostram que 57% da área queimada entre janeiro e novembro no Brasil fica na Amazônia. Na região, 16,9 milhões de hectares foram afetados pelo fogo, com 7,6 milhões de hectares de florestas, incluindo florestas alagáveis. A área ficou à frente da extensão das áreas de pastagem queimadas na Amazônia, que totalizaram 5,59 milhões de hectares.
O Cerrado foi o segundo segmento mais afetado pelas queimadas. No total foram 9,6 milhões de hectares consumidos pelo fogo. Desse montante, 85%, cerca de 8,2 milhões de hectares, em áreas de vegetação nativa. De acordo com os dados, esse número representa um aumento de 47% em relação à média dos últimos 5 anos.
O Monitor do Fogo mostra que também houve aumento também no Pantanal, onde a área queimada de janeiro a novembro foi 1,9 milhão de hectares e representou um crescimento de 68% em relação à média dos últimos 5 anos.
“A área queimada nos demais biomas entre janeiro e novembro deste ano foi: 1 milhão hectares na Mata Atlântica, sendo que 71% da área afetada estava em áreas agropecuárias; 3,3 mil hectares no Pampa; e 297 mil hectares na Caatinga – uma diminuição de 49% em relação ao mesmo período de 2023, com 82% das queimadas concentradas em formações savânicas”, informou o MapBiomas.
Para a coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas Ane Alencar, o aumento desproporcional da área queimada em 2024, principalmente a área de floresta, acende um alerta sobre a necessidade de controlar o uso do fogo, além de reduzir o desmatamento.
“Precisamos reduzir e controlar o uso do fogo, principalmente em anos onde as condições climáticas são extremas e podem fazer o que seria uma pequena queimada virar um grande incêndio”, explicou Ane.
Fontes: MapBiomas – Coleção da série mensal de Mapas de Cicatriz de Fogo do Brasil, acessado em 16 e 17/12/2024 através do link https://plataforma.brasil.mapbiomas.org/monitor-do-fogo,
Agência Brasil.