“Trazer opiniões diversas para ajudar a melhorar o trânsito de umas das ruas mais tradicionais de nossa cidade, a Santa Juliana.” Assim o presidente da Câmara Municipal, vereador Márcio Paulino abriu e justificou a Audiência Pública realizada na quarta-feira, 30, na Câmara. Presidindo a sessão, o vereador Marcelo Cooperseltta, lembrou que em 2011 outra audiência já havia discutido o assunto. “Na oportunidade, tivemos alguns problemas resolvidos com a instalação de placas e a proibição de estacionamento em um dos lados. Essa audiência é pra dar continuidade aos inúmeros projetos que temos para a Santa Juliana”, informou o parlamentar, lembrando que algumas medidas, como a instituição de mão única, poderão não agradar a todos. “Por isso estamos aqui para discutir e saber a opinião da população”, completou.
Enquanto Gilberto Doceiro, Pastor Alcides e Marcelo Cooperseltta se mostraram favoráveis à mão única, os vereadores Padre Décio e Milton Martins se mostraram céticos quanto à medida. “Me parece que a melhor sugestão seria um sentido único, centro/bairro, já que a cidade está crescendo muito”, disse Doceiro.
Já Padre Décio lembrou que a rua é saída para outros municípios, inviabilizando assim o sentido único. “É uma rua que criou vida própria e que tem uma importância muito grande para a cidade. Por isso acho impossível ela ser de mão única”, lembrou. O presidente da Casa, vereador Márcio Paulino, concluiu que só um estudo técnico irá resolver o problema, já que há opiniões divergentes.
O vereador Renato Gomes (PV) sugeriu que fossem criadas outras opções de tráfego para que os motoristas não precisem entrar na Santa Juliana. “Os coletivos poderiam encontrar novas rotas e desviar um pouco do pesado fluxo de veículos do local. Os pontos de ônibus também não estão satisfazendo as necessidades dos moradores e muitos trabalhadores dependem do transporte público”, justificou.
Pastor Alcides lembrou ainda que parte dos acidentes se devem à má conservação da pista. “Motos e bicicletas colidem pela falta de opção e pelo gargalo do trânsito, sem falar nas crateras e ondulações da pista”, apontou.
Representando a Secretaria Municipal de Obras, a engenheira Renata Resende lembrou que os recursos da ordem de R$ 2 milhões já direcionados para a rua irão solucionar grande parte dos problemas. “Estamos pensando principalmente na mobilidade urbana. Para isso estamos criando rampas e faixas de perdestes. Foi considerada a realidade atual e não foi feito nenhum estudo de mudança na circulação. Vamos reconstruir praticamente toda a via”, anunciou.
Para o secretário municipal de Trânsito e Transporte, Seltrans, Cel. Sílvio Augusto de Carvalho, a Santa Juliana é uma via com dimensões para o trânsito local, mas que hoje está com um trânsito regional. “Temos que tirar o trânsito pesado da Santa Juliana e estamos criando maneiras para isso. O problema é que a via é o principal acesso aos bairros da região Norte e outros municípios”, ponderou. O secretário disse que a instituição da mão única não seria viável. “O que se pretende é direcionar parte do seu movimento para a Av. Norte Sul e para a Av. Perimetral, pois essas vias possuem dimensões maiores para comportar esse trânsito”, sugeriu.
Segundo o servidor Sérgio Shell, representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, a Santa Juliana é um corredor comercial e turístico muito importante. “Estamos elaborando projetos de sinalização em parceria com a Seltrans para a instalação de placas com o objetivo de melhorar o tráfego e diminuir o caos”, afirmou.
Moradores e comerciantes do entorno que participaram da Audiência também divergiram quanto à sugestão da mão única. Para Abdala Nacif, a mão única seria uma boa solução. “Isso seria bom para todos. Você abre opção para o fluxo ser mais intenso e tranquilo facilitando ainda mais a passagem das pessoas”, justificou, cobrando sinalização mais adequada para a via.
Já o morador e comerciante da região, Jean Carlo, se posicionou contra a medida. “Acredito que via de mão única poderia matar o comércio daquela região, como já ocorreu em outras ruas como a rua Cel. Randolfo Simões”, exemplificou, lembrando que falta fiscalização, já que muitos motoristas não respeitam a proibição de estacionamento de um lado da via.
Com Ascom Câmara