O Ministério Público do Estado de Minas Gerais determinou, por meio de medida liminar, a suspensão da eutanásia dos animais do Centro de Controle de Zoonoses, CCZ, de Sete Lagoas salvo os casos em que os bichos estejam com alguma doença incurável. A prática da eutanásia era utilizada no CCZ como forma de controle populacional do centro devido à grande quantidade de animais que eram recolhidos.
De acordo com uma nota divulgada pela secretaria de Saúde do município, também está suspensa a captura de animais errantes, ou seja, os que são encontrados na rua. A decisão ainda determina que: “o município atenda, remova e trate os animais domésticos e ainda os errantes em estado de sofrimento, vítimas de maus tratos e atropelamentos”. No caso do descumprimento de qualquer item da decisão, a multa a ser paga pelo município por animal é de R$ 5 mil.
Para a veterinária Patrícia Silveira, a comunidade defensora dos animais em Sete Lagoas recebeu a notícia com muita satisfação. “Os funcionários do CCZ que eram obrigados a eutanasiar os cães pelo motivo de que ‘não tinha mais espaço para tantos cães’ estão muito felizes com a notícia” conta.
Ainda, segundo Patrícia a decisão é vista como um primeiro passo para que o CCZ de Sete Lagoas comece a atuar efetivamente no controle populacional da cidade investindo em campanhas de castração e de adoção. “Temos que derrubar os mitos sobre a castração, atualmente é um método mais indicado além de ser seguro para os animais e de garantir uma maior qualidade de vida para os cachorros”, conta.
A veterinária sugere ainda que a Prefeitura realize convênios com ONG’s da cidade para promover feiras de adoção e campanhas de posse responsável. Para isso o CCZ precisa começar a investir na captura de animais errantes, tratamento e castração dos mesmos e, posterior disponibilização para adoção. “Já fizemos um levantamento e o custo para eutanasiar um animal no CCZ é o mesmo para castrar, eles já tem toda a estrutura e os profissionais para realizar o tratamento e a castração”.
Ainda segundo a nota divulgada pela secretaria da Saúde “o município de Sete Lagoas acatou a determinação judicial no que tange a captura de animais que não sejam nocivos à saúde e à segurança de seres humanos e que não estão acometidos de doença irreversível. Quanto às outras determinações em relação aos animais sadios, o Município destaca que esse procedimento não acontece no CCZ de Sete Lagoas”.
A secretaria não informou sobre o número de animais que encontram-se atualmente no CCZ, e confirmou que não estão sendo realizadas campanha de adoção ou captura de cães errantes.
Por Nayara Souza.