O sindicato que representa os trabalhadores do transporte público municipal afirma: em caso da Turi não realizar o devido pagamento dos salários atrasados, a categoria entrará em greve já na quinta-feira (16). De acordo com a entidade, falta 70% do valor restante.
A declaração foi dada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Sete Lagoas (Sinttroset), Allison Martins, ao programa “Frente a Frente” da jornalista Linda Martins na Rádio Cultura FM. Ele confirmou que foi conversado com os funcionários a manutenção do serviço de maneira habitual até a quarta-feira (15) desde que a Turi regularize o pagamento dos salários.
“Eu acredito que eles [a Turi] vão trabalhar muito para até pagar antes, mas se não acontecer, lamentavelmente vai acontecer um movimento de greve e estamos protocolando junto às autoridades esse movimento de greve”, disse o sindicalista, apontando que há um prazo de 72 horas para que isso possa acontecer, já que há questões a serem analisadas. “A gente está fazendo com muita responsabilidade para que nossos usuários não sofram com a falta do transporte, mas não achamos uma outra questão além dessa”, completa Alisson.
O sindicalista apontou os problemas que os funcionários sofrem, como o atraso constante dos pagamentos e a falta do repasse do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não ser pago a mais de um ano.
O diretor-presidente da Cooperativa Setelagoana de Transporte e Turismo (Cooperseltta), Geraldo Veira, também relatou em entrevista ao programa da jornalista que a Turi também tem débitos com a empresa que faz o transporte suplementar na cidade. De acordo com ele, o montante da arrecadação das passagens vai direto para a concessionária e por acordo, a cada dez dias a Turi deve repassar parte do montante para a Cooperseltta. Este atraso, segundo Geraldo, se deu por meses, a ponto da Turi “pagar” a cooperativa com um carregamento de 10 mil litros de diesel para que os ônibus pudessem rodar.
Os entrevistados apontam que o sistema do transporte público em Sete Lagoas necessita de uma profunda reforma, por conta da perda de receitas trazidas pelos aplicativos de mobilidade urbana, pela legislação municipal atual que permite um “excesso” de gratuidades e a falta de subsídio do município para manter o sistema em funcionamento.
Veja a entrevista na íntegra:
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Como o SeteLagoas.com.br divulgou nesta segunda-feira (13), o Sinttroset viu como “última alternativa” a paralisação dos lotações na última semana para pressionar a Turi a realizar o pagamento dos salários, que estava previsto para sexta-feira (10). O pagamento de 30% do valor foi realizado na noite daquele dia, logo após a interrupção do serviço.