A entrevista desta sexta-feira (31) do programa Passando a Limpo foi sobre um tema especial e pouco abordado: os cuidados paliativos e as pessoas que atuam para minimizar a dor de pacientes e trazer qualidade de vida. A professora de espanhol Paola López Bedoya foi a convidada. Ela é co-fundadora do Projeto López, uma associação que dá suporte aos familiares e pacientes de doenças crônicas.
Paola López é natural de Quito, capital do Equador, tendo se mudado para Sete Lagoas, cidade natal do seu marido. Ela tem uma história de vida ligada a este tipo de atuação: durante anos cuidou de seu filho Andrés, diagnosticado com um tumor cerebral ainda na infância e falecido ano passado aos quinze anos. Durante toda sua trajetória, Andrés sempre demonstrou carinho e cuidado com as pessoas ao seu redor.
Cuidar de quem cuida. Esse foi o ponto embrionário do Projeto López que passou a ser desenvolvido por Andrés e Paola ao perceberem que os cuidadores de pessoas enfermas, sejam familiares ou amigos, também precisam de suporte para lidar com suas dores físicas e mentais.
Paola López conta que o projeto atua em quatro eixos, todos de forma voluntária: oferecer revezamento no acompanhamento dos enfermos, devolver a dignidade e autoestima aos cuidadores, oferecer suporte e atividades com demais membros da família e abordar de maneira acolhedora e confortante a finitude da vida.
Receber a notícia de uma doença crônica ou sem cura é um momento difícil e pode demandar a exigência de cuidados paliativos. Para Paola, “o cuidado paliativo precisa ser oferecido desde o primeiro diagnóstico” para que não se torne algo feito somente quando “não há mais o que ser feito”. A mensagem que isso traz é entender que “a morte faz parte, mas é possível viver até o último momento”, fala a entrevistada.
Outra consciência que o Projeto López trabalha diz sobre sermos pessoas boas durante a vida e pensarmos: Como quero ser lembrado quando partir? Paola revela que Andrés costumava dizer: “Já que a vida é um sopro, vamos deixar lindas pegadas por aí”.
As ações práticas do Projeto López contam com voluntários da psicologia, fisioterapia, massoterapeutas, entre outros. Paola López revela que um dos objetivos do grupo é ter um ponto de referência, um local que possa sediar suas atividades e acolher pessoas que estejam recebendo cuidados paliativos. E o pontapé para isso já foi dado: a “Casa Girassol” é um espaço conseguido pelo projeto na rua Natal, nº 4, bairro Canaã. Lá eles pretendem começar a desenvolver suas atividades entre as 14h e 17h.
Paola López deixa o convite para quem se interesse em ser voluntário do projeto ou mesmo queira contribuir de alguma forma. Para conhecer mais, acesse o Instagram @projetolopez e também contacte o WhatsApp (31) 9 9835 7003.