Sete Lagoas é a cidade das cobras? Bom, nesta última semana aumentaram os flagras de serpentes não só na área rural, mas urbana na cidade. A aparição destes animais, além de chamarem a atenção, alertam para o cuidado que todos devem ter para preservar seu habitat.
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Na quinta-feira (13), o Corpo de Bombeiros retiraram de um lote vago uma jiboia no bairro Tamanduá – a sua aparição seria um “mistério”, já que não há mata perto deste local. No domingo (16), os agentes foram chamados para resgatar duas cascavéis: na rua Estrela Guia, no bairro Itapuã II e em uma casa no bairro JK. O SeteLagoas.com.br também recebeu registro de uma cobra coral no bairro Esmeraldas, também no domingo.
Não muito longe, outros registros de serpentes também chamaram a atenção dos setelagoanos: no domingo passado (9), uma cascavel foi flagrada na rampa de voo livre da Serra de Santa Helena. Já mais próximo, seguidores do SeteLagoas.com.br mostraram a presença de jiboias nos distritos de Estiva e Fazenda Velha, no sábado (15).
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De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram resgatados até esta segunda-feira (17) 38 animais da fauna silvestre em Sete Lagoas. A corporação alerta sempre que se deve “manter quintais e lotes limpos e evitar a disposição de lixo e outros materiais nesses locais. Caso ocorra o aparecimento de uma serpente, é necessário manter distância e entrar em contato com o Corpo de Bombeiros ou outro órgão para realizar o recolhimento do animal”, disse em nota.
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E porquê o aparecimento destes animais está recorrente?
Consultado pelo SeteLagoas.com.br, o biólogo e professor Ramon Lamar apontou que a real situação precisa ser detalhada por estudo. Porém, algumas hipóteses devem ser consideradas: “Na [Avenida] Perimetral sempre foram avistadas jiboias, talvez em alguns casos até a mesma. Porque ali tem condições muito propícias para a espécie dela: tem água, tem ambiente úmido. Um ponto a considerar o desmatamento ocorrido ali na região. Evidentemente, os organismos todos, não só cobras, mas outros também, eles vão procurar outros ambientes, então às vezes as presas se locomovem, roedores, por exemplo, e aí as cobras se locomovem atrás”, relata.
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Para além do desmatamento, o professor ainda aponta que o período de pandemia do Covid-19 e o fechamento do Parque da Cascata para reformas possam também ter contribuído para que estes animais tenham “estendido” seu raio de presença. “E uma outra coisa que a gente pode ainda elencar é hoje a facilidade que se tem de fazer o registro. Antigamente a pessoa viu a cobra e ficava ali só ela sabendo se é o núcleo familiar. Hoje a pessoa fotografa, posta na internet, então acaba que a gente tem também uma sensação de mais encontros”, completa Ramon.
O biólogo também aponta que não só as cobras têm aparecido: “Tucanos têm sido observados com muito mais frequência, canário da terra, o canário chapinha, hoje é bastante encontrado nas praças e nos gramados. O cardeal, aquele mais branquinho que tem a cabeça vermelha, tem sido encontrado também, relatado, com bastante frequência”, termina.