O Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato (MNEGRM) e a 5ª Cia. Independente de Bombeiros Militares fizeram hoje (27) uma reunião para montagem do Plano Integrado de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PIPCIF) de 2025. O plano traça estratégias para evitar e combater incêndios, listando parceiros a serem acionados durante o ano. O agravamento da crise climática aliado a ações incendiárias criminosas demandam antecipação e parcerias relevantes para que não ocorram novos desastres.
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No ano passado, segundo a gestora do MNEGRM Maria Honorina, cinco ocorrências de incêndio durante a estiagem demandaram trabalho intenso de brigadistas e militares. No total 269,31 hectares foram queimados na região envolvendo áreas da zona de amortecimento (entorno), zonas de adequação ambiental ou recuperação e a última, mais grave, na qual 145 hectares foram queimados incluindo também uma zona de uso restrito.
Embora a crise climática tenha potencializado as queimadas em áreas estaduais protegidas, na reunião ressaltou-se que a maioria delas é causada provavelmente por atos de vandalismo, cerca de 64%. Esse dado foi apresentado por Anderson Rocha Campos que atua na coordenação de informações da Gerência de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PREVINCÊNDIO) do Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG). O especialista citou também prováveis causas ligadas a transeuntes (4,88%), ações antrópicas não especificadas (3,66%), queima de lixo (1,22%) e causas desconhecidas (23,17%).
Não só o MNEGRM sofreu as consequências, mas também várias unidades de conservação e outras áreas naturais do estado. O tenente-coronel Heitor da 5ª Cia. Ind. de Bombeiros mostrou que a corporação estadual bateu recordes mensais de atendimentos a incêndios nos meses de maio a setembro de 2024. Ao todo, no ano passado foram 29.042 chamados para incêndios em vegetação, maior número dos últimos 10 anos.
A 5ª Cia. Ind. de Bombeiros lotada em Sete Lagoas foi exigida em números recordes em maio (132 ocorrências), agosto (180) e setembro (197) de 2024. As 871 ocorrências de incêndio só ficaram abaixo do número de 2021, quando foram 921.
O tenente-coronel pontua que os incêndios florestais não causam prejuízos apenas à natureza. A afirmação fica ainda mais evidente no contexto do MNEGRM que é margeado por estradas, vizinho de empresas e fazendas e muito próxima da zona urbana: o trânsito é interrompido devido à fumaça, empresas param de produzir, a população sofre com problemas de saúde e parte considerável de serviços públicos é destinada ao combate às chamas ou remediação das consequências.
O PIPCIF
O PIPCIF é atualizado anualmente pelas Unidades de Conservação (UC) e entregue ao IEF. Através do plano, as UC apresentam seu cadastro de parceiros para realizar ações e suprir demandas ao longo do ano.
Embora o período de estiagem das chuvas seja o mais crítico, Maria Honorina destaca que a prevenção precisa ser feita durante todo o ano, passando desde a composição do plano, ações educativas até trabalhos de campo quando necessários.
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A Unidade tem adotado o Manejo Integrado do Fogo, medida regulamentada por um decreto estadual de 2020 (nº 47.919) que consiste na construção de aceiros ao redor da área protegida – principalmente nas margens da BR-040 e MG-238 -. Nesses aceiros o capim invasor é cortado e queimado de forma controlada, o que impede que focos de incêndio comecem nessa vegetação das bordas e se espalhem para dentro da Unidade.
Um dado interessante do Escritório das Nações Unidas para Redução de Riscos de Desastres (UNDRR), apresentado pelo tenente-coronel Heitor, estima que a cada 1 dólar investido em preparo e mitigação, 7 dólares são economizados em operações de reconstrução de áreas atingidas.
Para Maria Honorina, as ações de prevenção são possíveis graças aos parceiros cadastrados no PIPCIF. Além dos órgãos públicos estaduais e municipais, empresas e instituições podem disponibilizar recursos.
Para se cadastrar como parceiro, basta clicar no botão abaixo, preencher os contatos do responsável que será acionado e como deseja contribuir: