Depois de protestarem por falta de água, moradores e comerciantes da Rua Randolfo Simões e Mucuri fecharam a via para reclamarem da poeira no local após reparos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, SAAE, na tarde desta sexta-feira, 03. Batendo em panelas, com buzinas e segurando uma faixa em que ironicamente agradeciam o prefeito e os vereadores pela falta de respeito e descaso com a comunidade, os populares mantiveram a rua fechada por quase quatro horas. A Polícia Militar, PM, desviou o trânsito no local e acompanhou a manifestação.
Com uma loja de roupas há 15 anos na Randolfo Simões, a comerciante Rosângela de Fátima, 58 anos, ainda lamentava um dos piores períodos de fim de ano dos últimos tempos por causa da obra. Com movimento de veículos e pedestres diminuído por causa da poeira e dos trabalhos, Rosângela contabiliza um prejuízo de aproximadamente R$ 15 mil. “Perdi muita roupa que ficou no manequim e estragou. Além do movimento das vendas de natal ter sido aproximadamente 50% menor do esperado”, lamenta.
Uma comissão da prefeitura encabeçada pelo presidente do SAAE, Marcos Joaquim Matoso, esteve no local para negociar com os moradores. Policiais militares intermediaram o encontro que esquentou quando o secretário de Obras, Arnaldo Nogueira discutiu com uma dos manifestantes. Um dos militares ameaçou até prender os envolvidos.
Depois de quase uma hora de negociação os moradores aceitaram liberar o trânsito mediante a promessa de Matoso que um caminhão pipa vai lavar a rua ainda nesta sexta-feira e mais duas vezes no sábado, 04, e outras duas vezes no domingo, 05.
Ainda segundo o combinado entre as parte, que foi registrado em um boletim de ocorrência, o SAAE, com auxílio da secretaria de Obras, vai recapear a rua a partir da próxima segunda-feira, 06. O serviço ainda não foi executado, segundo o presidente do SAAE, porque a empresa que fornece asfalto para a prefeitura entrou em recesso no fim do ano e volta ao trabalho apenas na segunda. “já acionamos a empresa judicialmente para que não participe mais de concorrência da prefeitura”, afirmou.
Os moradores aceitaram as condições apresentadas, mas garantiram que se o acordo não for cumprido novas manifestações vão acontecer. “Não cumpriram uma vez, se não cumprirem novamente vamos fechar de novo e outras ruas também”, disse uma das coordenadoras do movimento, Marilac Bispo.
Por Marcelo Paiva