![]() |
A Campanha da Fraternidade (CF), realizada todos os anos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), teve início em 1964 com temas que diziam respeito apenas à Igreja. A partir de 1973, a CF começou a mostrar uma maior preocupação com a realidade social do povo brasileiro e os temas começaram a dar destaque à promoção da Justiça e a situações existenciais, como a realidade sócio-econômico-política, marcada pela injustiça, pela exclusão e pelo alto índice de miséria.
De acordo com o Monsenhor Adelino de Souza Lopes, da Catedral de Santo Antônio, a CNBB pretende com a campanha debater a segurança pública. “A finalidade é colaborar na criação de condições para que o Evangelho seja mais bem vivido em sociedade por meio da promoção de uma cultura da paz, fundamentada na justiça social. Nossa sociedade se torna cada vez mais insegura, e a convivência entre as pessoas é cada vez mais difícil e delicada. A igreja quer contribuir para que esse processo seja revertido através da força transformadora do Evangelho”, explica.
Assim, nas paróquias será incentivada a mediação pacífica dos conflitos, evitando a “justiça” orientada pelo uso da força das armas e a intolerância, tendo como foco os bens materiais. Confira, a seguir, os objetivos específicos da Campanha da Fraternidade 2009:
Objetivos específicos da Campanha da Fraternidade:
• Denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns.
• Fortalecer a ação educativa e evangelizadora objetivando a construção da cultura da paz, a conscientização sobre a negação de direitos como causadora de violência e o rompimento com as visões de guerra, as quais erigem a violência como solução para a violência.
• Denunciar a predominância do modelo punitivo presente no sistema penal brasileiro, expressão de mera vingança, a fim de incorporar ações educativas, penas alternativas e fóruns de mediação de conflitos que visem à superação dos problemas e à aplicação da justiça restaurativa.
• Favorecer a criação e a articulação de redes sociais populares e de políticas públicas com vistas à superação da violência e de suas causas e à difusão da cultura da paz.
• Desenvolver ações que visem à superação das causas e dos fatores da insegurança.
• Despertar o agir solidário para com as vítimas da violência.
• Apoiar as políticas governamentais valorizadoras dos direitos humanos.
Fontes: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/Campanha da Fraternidade 2009. Brasília: CNBB, 2008.
Da redação
Celso Martinelli