Retirados do camelódromo que funcionava há 18 anos na Rua Randolfo Simões quase esquina com Av. Antônio Olinto, ambulantes reclamam a falta de estrutura na praça em frente ao restaurante popular, novo local designado pela prefeitura para a instalação das barracas. Há uma semana tentando colocar as mercadorias no lugar, os comerciantes amargam prejuízos e acumulam reclamações pela falta de movimento e estrutura do novo “camelódromo” que está mais parecido com um canteiro de obras com pedreiros e serralheiros trabalhando pesado para colocar as barracas em condições de expor os produtos.
Os 34 barraqueiros que vendem artesanato e os 12 bares que foram deslocados de lugar estão se desdobrando para driblar a falta de lucro. Simone de Fátima, 37 anos, vendia uma média de 40 pratos de comida a R$ 6 cada um todos os dias quando trabalhava no antigo local. Ainda sem poder trabalhar porque a barraca não está montada, ela e a mãe estão vendendo marmitex até que consiga restabelecer. “Faço comida em casa e trago as marmitas para vender, se não como vou ficar”, pergunta.
Outra reclamação dos ambulantes foi a falta de estrutura encontrada no novo ponto de trabalho. Ariadne Furtado, 28 anos, garante que não vê problema em mudar de local, desde que uma estrutura fosse preparada para receber os trabalhadores. “Já que a prefeitura quis que a gente mudasse podia pelo menos arrumar uma estrutura melhor”, cobrou.
Enquanto a prefeitura não disponibiliza banheiros químicos, a saída dos ambulantes é usar o do restaurante popular que está logo ali. “O problema é que quando o restaurante fecha a gente não tem mais aonde ir”, reclama outra ambulante.
A secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo informou que os banheiros ainda não haviam sido instalados porque aguardava a assinatura de um termo de compromisso por parte dos ambulantes que ficarão responsáveis pela manutenção dos equipamentos. Serão colocados dez banheiros químicos e a limpeza ficará por conta dos vendedores. A secretaria informou que os banheiros serão colocados nesta sexta-feira, 7, ainda na parte da manhã.
No local do antigo camelódromo será construído um shopping popular. A prefeitura já conseguiu a doação do terreno do antigo proprietário, a Petrobrás. Trâmites burocráticos estão acontecendo, mas a previsão do município é que no segundo semestre as obras que devem durar de seis a oito meses comecem.
Por Marcelo Paiva