A primeira etapa de restauração do Teatro Redenção será deve ser entregue ainda no início de abril, ao Centro Universitário de Sete Lagoas – UNIFEMM. A Rocholi Construções, empresa responsável pela obra, iniciou a obra há oito meses. O objetivo da instituição agora é realizar a segunda parcela para reinaugurar o novo Redenção ainda este ano.
Segundo a assessoria de comunicação do centro universitário ainda em 2014, “os tapumes pretos que cobrem a fachada do centenário Teatro Redenção vão dar lugar a um prédio totalmente recuperado”.
A primeira fase de recuperação foi voltada para as obras civis do projeto, como o reforço das paredes, instalação elétrica e reformulação do espaço interno. O novo Redenção ainda vai ganhar uma área externa com cafeteria e banheiros ampliados.
Muito do material que compunha o antigo prédio foi reutilizado ao longo da obra, assim como a fachada foi mantida, inclusive com o portão lateral externo e as grades do vitral no alto das portas principais, duas das marcas da construção.
Agora, o UNIFEMM trabalha para captar a segunda parte do projeto, para a implantação dos novos sistemas de iluminação e climatização, além de novos equipamentos multimídia, mobiliário e comunicação visual.
Aprovado pela Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, a instituição busca apoiadores para conseguir R$300 mil desta segunda fase, que deve durar entre três a quatro meses. No total, a recuperação do Teatro Redenção vai custar cerca de R$1 milhão.
O objetivo do UNIFEMM, através da restauração, é transformar seu salão, de 275 m2, em um espaço multiuso, para receber exposições diversas de artistas plásticos, apresentação de monólogos, lançamento de livros, palestras, pequenas apresentações musicais, oficias culturais, além de ser um espaço institucional do Centro Universitário no coração da cidade.
História
Inaugurado em 1901, o Teatro Redenção representou uma nova Sete Lagoas que entrava na então modernidade, com a chegada da estrada de ferro. Seu nome e sua história estão ligados à libertação de uma escrava, que seria vendida separadamente de seu filho. Sensibilizado, João Antônio de Avelar juntou dinheiro e comprou a escrava, dando-lhe, logo depois, a carta de alforria.
Conta ainda a história que, tanto o nome, quanto o local, tem ligação direta com o caso do próprio João Antônio, um dos maiores incentivadores da construção do novo espaço de diversão da cidade e fundador do primeiro grupo de teatro da cidade, o João Caetano. Após ser fechado, em meados de 1920, o Redenção teve diversas outras utilidades, como sede do poder municipal, até ser transferido para a então nova Fundação Educacional Monsenhor Messias (FEMM), mantenedora do UNIFEMM. Fechado em 1986, entrou em processo de degradação.
Após constantes mudanças em seu perfil, ao longo de mais de um século, o Teatro Redenção perdeu sua identidade, e em parte sua identificação com a própria população. O resultado é seu completo abandono e deterioração durante mais de 20 anos.
Com a reforma, o UNIFEMM propõe não só a restauração de um importante patrimônio histórico da cidade, mas também disponibiliza um espaço adequado para receber a diversidade cultural da região. Da mesma forma, recupera parte da sua identidade, de uma cidade inspirada nas manifestações artísticas, da música, do teatro, das artes plásticas, da poesia, imersas no cotidiano da sua população. A cultura já se mostrou como ferramenta primordial para a transformação social de um povo, e, assim, o Teatro Redenção recupera sua vocação, em serviço ao desenvolvimento regional.
Com informações ASCOM Unifemm