No sábado, 29, a equipe de produção do filme e documentário “Lully, Zacarias e Beto Carrero” esteve em Sete Lagoas e entrevistou o prefeito Marcio Reinaldo na produção do documentário.
Estiveram na cidade; o grande divulgador do Trapalhão Zacarias no Brasil, Carlos Dias, mais conhecido como “Dudu”; o cantor e compositor Toninho Martins, autor da trilha sonora do filme; e a afilhada artística de Beto Carrero, “Lully”, nascida e registrada em Sete Lagoas com o nome da mãe de Zacarias, do próprio humorista e de seu pai: “Virgínia de Mauro Faccio Gonçalves Dias”, e que é afilhada do irmão de Zacarias, Murilo Facio Gonçalves, que também esteve presente na gravação.
Em seu livro “O mundo encantado de Beto Carrero”, entregue ao prefeito Marcio Reinaldo, Carlos Dias conta que conheceu “Os Trapalhões” em 1981, vindo posteriormente, a trabalhar com o grupo e Beto Carrero. Segundo ele, o documentário resgata a importância do ‘Trapalhão’ para Sete Lagoas e para o Brasil. De acordo com Carlos Dias, o documentário será disponibilizado em diversas videotecas do Brasil, inclusive para a Cultura de Sete Lagoas.
O Trapalhão Zacarias
Mauro Faccio Gonçalves, nascido em Sete Lagoas, no dia 18 de janeiro de 1934, era o primeiro de uma família de onze filhos. Faleceu de infecção pulmonar em 18 de março de 1990, aos 56 anos, no Rio de Janeiro. Os pais, a Sra.Virgínia Faccio Gonçalves e o Sr. Mariano Gonçalves, tinham um pequeno comércio de torrefação de café; nesse comércio seu Mariano trabalhava e todos os filhos ajudavam. Mauro pertenceu, portanto, a uma família numerosa, típica da classe média habitante das cidades do interior de Minas Gerais em sua época.
Sete Lagoas destacava-se no cenário cultural com a existência de grupos de teatro amador já no início dos anos 30. A Rádio Cultura, inaugurada em 1947, apresentava programas culturais, informações e crônicas políticas, como o programa de calouros “Cresça e Apareça” e as crônicas sobre a política e o cotidiano “Em Barbosal era Assim”. E é neste cenário que o menino Mauro Faccio Gonçalves ensaiava suas primeiras incursões nos terrenos da arte e da cultura. Em 1957, ele transferiu-se para Belo Horizonte com a intenção de cursar Arquitetura, mas os estudos na faculdade não se completaram porque Mauro, já havendo iniciado uma carreira artística na rádio de sua cidade, foi convidado a participar dos programas humorísticos da Rádio Inconfidência, sendo que também atuou no programa “Tribuna de Calouros da TV Itacolomi”.
Entre 1958 e 1963 foi convidado por Manoel da Nóbrega para a TV Excelsior, do Rio de Janeiro, e ainda com Manoel da Nóbrega, foi para a TV Record para o programa de humor “A Praça é Nossa”. Em 1965, na TV Tupi trabalhou em diferentes programas, entre eles: Time Square, Vovô de Ville, Show de Riso, A Praça da Alegria, e atuou na peça “A Dama do Camarote”, ganhando seu primeiro prêmio – Ator Revelação (1970).
Foi no programa Café Conserto, pela TV Tupi, que criou o personagem Zacarias, que o acompanharia pelo resto da vida. Em 1974 foi convidado por Renato Aragão para integrar o grupo “Os Trapalhões” onde permaneceu até sua morte.
Ascom Prefeitura (Com informações do texto de Lícia Fernanda de Vasconcelos Linhares e Vanessa Padrão de Vasconcelos Paiva, extraído do livro “Memória de Sete Lagoas”, projeto e edição do Centro Universitário UNIFEMM, 2007).