Os 172 servidores, entre eles professores, especialistas, diretores e técnicos dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) de Superintendências Regionais de Ensino (SREs), já deram o pontapé inicial em uma nova capacitação: o Curso de Especialização em Educação na Cultura Digital, ofertado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) a partir de uma parceria entre a instituição, a Secretaria de Estado de Educação e o Ministério da Educação (MEC). O curso a distância tem um ano e meio de duração.
A especialização tem como objetivo formar educadores para integrar crítica e criativamente as tecnologias digitais de comunicação e informação aos currículos escolares. O curso oferecerá uma formação apoiada no compartilhamento de experiências que exploram, demonstram e analisam as possibilidades dessa integração. Por enquanto, o curso é oferecido em Minas, Roraima e Santa Catarina. “Esses três estados estão implementando esse curso de especialização como piloto para depois ele ser socializado com os demais estados brasileiros”, explica a subsecretária de Informações e Tecnologias Educacionais, Sônia Andere.
Ainda segundo a subsecretária, o curso vem para complementar um trabalho que já é feito pela Secretaria. “Capacitações já acontecem no sentido de conhecer a tecnologia. Nesse curso, damos um passo à frente, que é a utilização da tecnologia nos trabalhos escolares. Então está presente o diretor da escola, junto com seus professores, para fazer uma análise de todas as possibilidades de aplicabilidade que a tecnologia pode ter na escola”.
Adelina Alves Dias de Freitas, coordenadora do NTE da SRE de Ouro Preto, participa do curso e acredita que esse conteúdo é necessário para todos os professores. “Alguns professores não tem conhecimento da tecnologia e acabam tendo certo receio. Acho que esse curso vem pra mudar esse pensamento”. O conteúdo que Adelina e um colega do seu setor verão no próximo ano e meio será replicado nas 31 escolas da jurisdição onde atuam. “Vamos poder orientar melhor e mudar a cultura dentro da escola em relação à utilização das ferramentas no uso pedagógico”, diz.
O diretor da Escola Estadual João Fernandino Junior, de Sete Lagoas, Roni Magalhães, pretende atuar como multiplicador do que vai aprender. “É um tema bastante atrativo, uma vez que temos uma concorrência desleal, já que os alunos usam todos os aplicativos e nós o giz. Uma possibilidade de poder usar essa ferramenta é muito atrativa”. Ele ressalta que, por virem de uma geração diferente da dos jovens que cresceram em contato com as novas tecnologias, há temor que cerca o tema. “É desafiante. Acredito que, por ser uma geração que está migrando para uma realidade atual, o mundo passa tão rápido que a gente nem vê. Por isso a primeira sensação é o temor, mas será desafiante”.
Segundo o professor de Matemática da Escola Estadual Henrique Diniz, de Belo Horizonte, Márcio Costa Gomes, com esse conhecimento os professores poderão ajudar os alunos no uso das mídias que os jovens já utilizam. “Eles já estão inseridos nesse mundo. Vamos direcionar para que eles possam aprender de uma forma mais ampla e também aprender o conteúdo da matéria”, diz.
Curso de Especialização em Educação na Cultura Digital
O curso terá uma carga horária de 360 horas, sendo 75 horas presenciais, distribuídas em cinco encontros na UFOP, e 285 horas a distância. Os grupos participantes das escolas são formados pelo diretor ou vice-diretor, especialista e professores, sendo que deveria ser incluído um professor de Matemática e um de Português.
Oito SREs participam desse piloto: Metropolitanas A, B e C, Conselheiro Lafaiete, Divinópolis, Ouro Preto, Ponte Nova e Sete Lagoas e cada uma deveria contemplar três escolas: uma escola com o Reinventando o Ensino Médio na sede da regional, com o maior número de alunos e laboratório de informática; uma que não fosse na sede da SRE que atendesse aos mesmos critérios; e uma da zona rural com o maior número de alunos e que tenha laboratório de informática. Cada regional também poderia incluir até três técnicos do NTE.
Agência Minas