Apesar de não ter entrado na pauta de votação na última reunião o projeto que quer acabar com o sistema de self service para produtos de panificação caiu como uma bomba para donos de padarias da cidade. Os comerciantes já acenaram até com a possibilidade de criar um movimento para pressionar o autor da proposta, vereador pastor Alcides, PMDB, para que a matéria não seja votada, o que deve acontecer na próxima semana.
Os empresários rechaçam a possibilidade de contaminação dos alimentos que é a principal motivação do parlamentar para justificar a matéria. “Os equipamentos de self service impedem que haja contaminação. Então não tem cabimento esse projeto, é regredir”, reclama o dono da padaria São Judas, no São Geraldo, Murilo dos Santos.
Outro problema citado por Murilo que está há mais de 20 anos no ramo é o custo que vai gerar uma possível mudança no layout dos estabelecimentos. “Gastamos muito dinheiro para montar a padaria com esse layout de self service há uns sete anos e teríamos que gastar mais novamente, além de ter que colocar um funcionário para servir os alimentos”, pondera o proprietário que garante que 90% das padarias da cidade funcionam nesse sistema.
Uma conversa entre vários donos de padarias já aconteceu e não está descartado um movimento para que o vereador repense sua proposta. “Conversei com vários donos de padaria e todos são contra isso (o fim do self service) e vamos ver o que vamos fazer. Porque não olham a questão da segurança que eu gasto R$ 2 mil por mês para tentar evitar assalto do que preocupar com isso. A segurança é que tem que melhorar. Se criar uma lei assim para padaria terá que ser feita também para restaurantes”, desabafa.
O projeto chegou a entrar na pauta de votação da reunião da última terça-feira, 24, mas foi retirado e deve voltar na próxima ordem do dia. A matéria, segundo o autor, tem por objetivo vedar a exposição, sem embalagem, de produtos de panificação, como bolos, biscoitos, pães, doces, visando reduzir o risco de contaminação.
Por Marcelo Paiva