Algumas das famílias que estão acampadas no terreno da prefeitura no bairro Jardim dos Pequis estiveram na Câmara e pediram ajuda aos vereadores durante a última reunião ordinária realizada nessa terça-feira, 15. Com os filhos e a notificação de que teriam que deixar o terreno por conta de um mandado de reintegração de posse nas mãos, as mulheres não ficaram animadas com o que ouviram na tribuna.
Durante a comunicação pessoal, Marcelo Cooperseltta, PMN, e Douglas Melo, PSC, foram os que citaram a situação do Jardim dos Pequis. Depois de ler a notificação entregue às famílias, Cooperseltta lamentou não ter muito o quê fazer porque “lei é lei”, disse. Mas até como um alento para quem foi buscar uma saída, o parlamentar afirmou que é preciso “acontecer o diálogo”.
Mariana Carlos Prestes, 20 anos, é uma das que estão no terreno invadido com crianças pequenas e que foi tentar uma saída. Mãe de um garotinha de um ano e nove meses e grávida de oito meses, a jovem morava na casa de dois cômodos da mãe no bairro Alvorada antes de montar uma barraca no terreno. Mariana conta que foi incentivada por um boato que se espalhou na região de que a prefeitura teria cedido a área para invasões, o que não é verdade. “Falaram que a prefeitura tinha liberado (a invasão). Saí da casa da minha mãe e agora precisam dar uma direção pra gente”, cobra.
Douglas Melo defendeu a realização de sindicâncias nos programas habitacionais implantados em Sete Lagoas porque, segundo ele, muita gente que realmente precisa não é contemplada. “Tem muita gente com carro de R$ 90 mil na porta das casas de residencial do Minha Casa Minha Vida. Tem que ter sindicância sempre, e que as casas fiquem com quem precisa”, defendeu.
O juiz da vara de Fazenda Pública e Autarquia, Cézar Aparecido de Oliveira, expediu um mandado de reintegração de posse da área que pertence ao município. Oficiais de justiça acompanhados pela Polícia Militar estiveram no local nessa terça-feira, 15, veja AQUI, para tentar a desocupação. Como as famílias não querem deixar o terreno, a PM prepara uma operação para que o espaço seja devolvido ao município.
Por Marcelo Paiva