A importância de fazer o autoexame e a mamografia regularmente, a partir dos 40 anos, é o tema central da campanha “Outubro Rosa”, voltada para a prevenção e o diagnóstico do câncer de mama. O exame é o principal meio de identificar a doença precocemente, aumentando em 95% as chances de cura. Mas, para as pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), discurso e prática seguem caminhos diferentes.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada no ano passado, mostram que 40% das mulheres de 50 a 69 anos (faixa etária considerada prioritária pela Organização Mundial de Saúde) não fizeram mamografia em 2013. Desse total, 27,2% não acharam o exame necessário, 15,6% não conseguiram agendá-lo e outros 4,1% alegaram longo tempo de espera.
“Existe uma lei, (nº 11.664/2008) que determina que toda mulher, a partir dos 40 anos, tem direito à mamografia sem necessidade de consulta médica. Bastaria ir a uma unidade de saúde e conseguir o encaminhamento. Mas essa lei foi demagógica, porque não existe quantidade de aparelhos para fazer todos os exames de forma adequada”, afirma o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – regional Minas Gerais, Waldeir Almeida.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, atualmente, há 196 prestadores de serviço de mamografia que atendem ao SUS em Minas, além de dez unidades móveis para percorrer regiões de acesso restrito. No primeiro semestre de 2015, foram feitas 276,6 mil mamografias no Estado, 42% do total registrado em todo o ano passado. De agosto de 2014 a julho deste ano, foram investidos R$ 28,5 milhões em mamografias, conforme a pasta.
“A questão não é só a espera pela mamografia, mas também para conseguir acesso ao mastologista depois que o exame acusa alguma alteração”, ressalta Almeida, alegando que o prazo pode passar de três meses.
Em Sete Lagoas de acordo com a Secretaria Municipal de saúde, os exames de mamografia estão sendo realizados em um curto período a partir do encaminhamento. Ainda informou que a procura está sendo baixa e o número de mulheres que estão realizando o exame é muito pequeno. Quando diagnosticado alguma anomalia, todo tratamento é realizado no Centro Viva a Vida.
Com Hoje em Dia