
O concorrido leilão foi intermediado por Gustavo Costa Aguiar Oliveira, presidente do Sindicato dos Leiloeiros Oficias de Minas Gerais. O total de bens leiloados, juntos, somava R$ 84 milhões. No entanto, somente a casa foi comprada. O empresário Mateus Rodrigues fez proposta de R$ 17,5 milhões pela Usina siderúrgica 1 da falida Ironbrás, localizada no bairro Barreiro. Sua proposta foi de pagar 10% a vista e o restante em 18 parcelas sem juros. A proposta será analisada pelo judiciário. Avaliada em R$ 26.448.082,16, a usina não deve ser arrematada pelo valor proposto. “Acho difícil o MP aceitar, sobretudo porque não houve qualquer acréscimo no caso de dividir em até 18 vezes”, afirmou o leiloeiro.
De acordo com Mateus Rodrigues, caso a proposta seja aceita, o objetivo é colocar o forno para funcionar no segundo semestre. “Acredito que a crise dure até o final do ano, mas estamos com alguns contratos em vista. A Fergubrás tem hoje 380 funcionários. Os fornos estão parados, mas vamos voltar, espero, em julho”, conta. Segundo o empresário, a primeira medida se o MP aceitar a proposta pela usina 1 será iniciar a manutenção da mesma, já que está parada há bastante tempo.
O juiz e diretor do Fórum de Sete Lagoas, José Ilceu, afirmou que não há possibilidade de se realizar novo leilão, mas o Judiciário está aberto para receber proposta pelos bens que não foram arrematados. O magistrado também anunciou uma boa notícia para os ex-trabalhadores da Ironbrás que aguardam ansiosos para receberem seus direitos trabalhistas. “Todos os funcionários que tiveram os processos julgados irão receber, imediatamente, os créditos trabalhistas. Na conta bancária da massa falida há recursos para este fim, que já estão parcialmente liberados. Acredito que dentro de seis meses todo o processo será concluído”, afirma.
De acordo com a advogada Juliana Amaral, síndica da massa falida da Ironbrás, de imediato, 600 ex-funcionários receberão seus benefícios. Segundo ela, outros 600 processos ainda estão na reta final de tramitação. “Na conta judicial há cerca de R$ 12 milhões a serem destinados para os credores e funcionários. São muitas as ações trabalhistas. Mas já caminhamos para o fim”, prevê. No leilão, diversos trabalhadores também acompanharam as ofertas, que foram escassas.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Ernane Geraldo Dias, a pedida pelos bens foi alta, o que afastou o interesse de possíveis investidores. “O atual momento econômico não permite investir grandes quantias. Mas o Judiciário ainda está aberto a propostas. Só nos resta aguardar”, finaliza. Ficaram sem propostas no leilão um complexo siderúrgico e duas fazendas próximas de Chapada Gaúcha/MG, sendo uma com mais de 15.000 hectares.
por Celso Martinelli