Depois das 100 demissões da Iveco nessa segunda-feira (18), o cenário continua inseguro. Os trabalhadores que voltaram de férias coletivas no dia 13 deste mês, já foram submetidos a novas férias ou pelo banco de horas no período de dez dias.
Em entrevista ao site SeteLagoas.com.br o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Ernane Dias, informou que a fábrica automotiva tem hoje 600 pessoas excedentes e as demissões podem aumentar.
As demissões dessa semana têm como principal motivo a suspensão das vendas do veículo Fiat Ducato, devido a um suposto vício no cabeçote do motor. Segundo o promotor de defesa, Amauri Artimos da Matta, o veículo está suspenso até que a empresa publique um plano de ação para divulgar os fatos que estão ocorrendo com o automóvel, e a necessidade do usuário levá-lo a uma concessionária para a inspeção, caso seja preciso, e a substituição da peça.
Em negociação com a empresa, o sindicato conseguiu benefício no valor de R$ 800, três meses de cesta básica e convênio médico para os demitidos. A Iveco deve retornar com 280 trabalhadores da linha de caminhões pesados que estão na “Lay off” ainda este mês.
No gusa há mais retrações
Sete Lagoas conta com 22 siderúrgicas, mas atualmente estão em atividade apenas 9 e uma deve voltar a operar. Ao todo, 11 fornos estão em operação no município.
De acordo com o presidente, Ernane Dias, 180 trabalhadores da Siderpam estão de aviso prévio. “A Siderúrgica Siderpam demitiu todos os funcionários com salário e 13º atrasados”, a empresa ainda não entrou em acordo com o sindicato.
Setor de autopeças
No setor de autopeças a preocupação é grande devido às férias coletivas da Iveco. Veja a tabela abaixo sobre as principais empresas de Sete Lagoas que tiveram demissões em 2015.
Empresa | Demissões (acima de um ano de trabalho) |
Iveco | 681 |
Sodecia | 470 |
Auto Forjas | 260 |
OMR | 250 |
ASK do Brasil | 81 |
Maxion Montich | 110 |
Ernane informou que no ano passado o sindicato homologou 3.680 rescisões contratuais. As previsões não são boas, Ernane esteve em reunião com a cúpula da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), que aconteceu em Brasília na quarta-feira (20), e alertou que o cenário deve piorar.
“A previsão é que nesse ano serão demitidos 40 mil metalúrgicos no Brasil. A confederação acredita que nós não atingimos ainda o olho do furacão”, disse o presidente.
Por Tatiane Guimarães