Após realizarem o sonho da casa própria moradores de quatro casas geminadas, financiadas com recurso do programa “Minha Casa, Minha Vida”, na Rua Orlando Silva, bairro Brasília, vêm perdendo o sono e enfrentando diversos problemas. A Defesa Civil vistoriou as casas no dia 26 de janeiro e solicitou que os moradores deixassem o lugar imediatamente. O seguro fornecido pela Caixa Econômica já foi solicitado, mas até o momento nenhuma providência foi tomada.
Um dos casais proprietários informou que se mudou para a casa no início de 2014, e com três meses começaram a ter problemas. “Antes de assinar o contrato nós olhamos a casa e vimos algumas trincas, mas o corretor disse que ainda não estava acabado e que eram apenas trincas de dilatação, o que era normal em toda construção. Eles tamparam tudo, pintaram e quando entramos estava tudo bonito. Só que o tempo foi passando e com uns três meses as trincas apareceram novamente. Desde essa data estamos correndo atrás da construtora, ela nos enrolou por um ano aí começamos a procurar a Caixa.”
O Laudo da Defesa Civil considerou que os imóveis apresentam avarias e danos estruturais que comprometem a segurança dos moradores. “Considero, portanto, os imóveis em condições insatisfatórias de segurança e estabilidade, devendo o mesmo ser desocupado imediatamente”, alegou o coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil, Silvio Augusto.
A Caixa Econômica Federal informou que as casas geminadas em questão foram construídas com recursos próprios da construtora e financiadas pela Caixa individualmente. A Caixa ressalta que já acionou a seguradora e que está aguardando a análise da empresa quanto às providências cabíveis.
Os moradores relataram que já estão exaustos de tanto correr atrás de uma solução. “Nós pagamos todas as prestações em dia, temos um seguro que deveria cobrir isso, mas um fica empurrando para o outro. Já pagamos um engenheiro para vistoriar o local, levamos documentações na Caixa, chamamos a Defesa Civil e agora estamos correndo risco aqui porque ninguém resolve nada.”
Em uma das casas a reforma chegou a ser feita em outubro de 2015, mas as rachaduras começaram aparecer pouco tempo depois. “Eles (construtora JG) fizeram uma maquiagem. A engenheira responsável veio aqui e falou que era apenas dilatação, que estava tudo perfeito. Ela garantiu que as rachaduras não iam aparecer novamente.”
Os moradores ainda contaram que as casas costumam estralar durante o dia inteiro. “Nós queremos outra casa porque já estamos cansados. Eu tenho crianças, tenho medo do que pode acontecer. Escutamos a casa estralar sempre e quando chove ninguém aqui dorme. Eu tenho passado as noites mais na sala junto com meus filhos porque no quarto não tenho coragem de ficar.”
A Defesa Civil lacrou os imóveis e solicitou aos moradores que procurassem alguma escola ou Igreja para se abrigarem. “Financiamos a casa em 30 anos e infelizmente não vamos poder continuar aqui porque a defesa civil interditou. Nós pagamos o seguro todo mês, acho falta de respeito o que estão fazendo”, desabafou.
As rachaduras estão presentes em todos os cômodos, a água do chuveiro infiltra no chão da cozinha, as caixinhas de esgoto exalam mal cheiro e o piso de um das casas já cedeu cerca de seis centímetros. Este buraco se abriu no corredor, em frente uma das casas. Veja o Vídeo feito por um proprietário:
http://www.youtube.com/watch?v=JwIucRYwqn8&feature=youtu.be
Os moradores aguardam uma solução imediata dos responsáveis, e enquanto isso continuam nos imóveis. “A primeira coisa que esperamos é que a Caixa tire a gente daqui e nos leve para um lugar seguro. O que estamos mais preocupados é com o risco de vida que estamos correndo”, disse.
A redação procurou a JG, construtora responsável, através do telefone informado pelos moradores, mas as ligações não foram atendidas.
Confira as fotos do local:
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Por Cristiane Cândido