Nos últimos dias, estão circulando nas redes sociais imagens em que os internautas fazem piadas com a alta do preço do feijão. Em uma, eles fazem referência ao dia dos namorados, colocando o feijão como algo a altura de uma joia para presentear a pessoa amada. Em outra, é mostrado um carro-forte que estaria carregado de feijão. Veja as fotos:
Esta brincadeira é reflexo do que a população tem encontrado nas prateleiras dos supermercados. De acordo com o Núcleo de Estudos Econômicos e Sociais (NEES) do UNIFEMM, o preço do feijão do tipo carioca, preferência entre os mineiros, subiu 11,8% no mês de maio, em Sete Lagoas. A estimativa é de que em junho este aumento seja ainda maior.
Nos supermercados da cidade, o valor do pacote de feijão carioca de 1kg varia entre R$ 5,65 e R$ 9,90 . Em alguns locais, onde o produto estava sendo vendido por um valor mais baixo, não há mais estoque. Uma alternativa para o consumidor tem sido o feijão preto, que pode ser encontrado em alguns estabelecimentos por até R$ 3 mais barato que o carioca.
O motivo desta mudança é que, além de estarmos no período de entressafra, o tempo seco reduz a produção do grão, provocando a elevação dos preços. “Os produtos agrícolas sofrem oscilações de preços conforme períodos de safra e entressafra e são suscetíveis a variações climáticas. Apesar de termos três safras de feijão ao longo do ano agrícola, estamos no período de entressafra do feijão (período de plantio da 3ª safra) e os últimos três anos, foram marcados por longo períodos de seca, reduzindo, gradativamente, a produção em muitas regiões brasileiras”, esclarece a coordenadora do NEES, Cynara Quintão.
Segundo especialistas da Embrapa Arroz e Feijão, a oferta de feijão deve aumentar com a colheita relativa à 3ª safra do ano, ou safra de inverno, reabastecendo o mercado a partir de setembro. O que tende a reequilibrar a oferta e demanda do produto e proporcionar preços mais acessíveis. Até lá o consumidor precisará se adaptar.
A dica do NEES é buscar preços mais acessíveis, entre os estabelecimentos, entre as diversas marcas disponíveis e até mesmo em feiras livres. Além disso, o consumidor pode substituir o feijão carioca por outros tipos, como o preto, o roxinho e outras leguminosas da mesma família, como a lentilha e a ervilha.
Outros produtos também tiveram alta dos preços no último mês. Dados da pesquisa realizada pelo NEES revelam o aumento no custo médio do leite, da farinha de trigo e do tomate. Vale ressaltar que houve queda nos preços da banana caturra (- 9,08%), da carne bovina (- 3,26%) e do açúcar (- 3,06%).
Por Marcelle Louise