Nessa quarta-feira (15), a clínica médica da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Sete Lagoas paralisou os atendimentos por falta de recursos financeiros. A APAE é uma entidade filantrópica e realiza atendimentos gratuitos a pessoas com necessidades especiais de mais 18 municípios da região. A unidade é mantida pelas esferas federal, estadual e municipal, além de parceiros físicos e jurídicos.
Quem precisou do atendimento da unidade ontem teve que retornar para casa. Os funcionários da clínica informaram aos pacientes que, devido ao atraso dos pagamentos, a equipe não tinha alternativa, a não ser paralisar o atendimento.
A fisioterapeuta Carolina Juliani Carvalho informou a redação do SeteLagoas.com.br que, se a unidade deixar de funcionar, em média 5 mil atendimentos ao mês deixarão de ser realizados. “A clínica oferece um atendimento multiprofissional, como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicólogo, psicopedagogo, dentre outros. No município este é o único lugar que tem o atendimento completo de forma contínua e gratuita”, explicou a fisioterapeuta.
Para a mãe do paciente Ataíde Lucas, de Fortuna de Minas, a clínica da APAE é de grande importância para o desenvolvimento de seu filho. “A unidade poderia ser mais valorizada”, pronunciou. Lucas vem uma vez por semana fazer o tratamento.
A APAE atua nas áreas da educação, assistência social e saúde. Segundo o presidente, Francisco Eugênio Raposo (Kiko Raposo), cada área tem um tipo de recurso, a educação, por exemplo, conta com 60 funcionários dentre professores, cantineiras, motoristas, custeados pelo município. O apoio do estado na educação era de 41 funcionários até o ano passado, agora são 19 funcionários. “Com essa redução tivemos que juntar salas, para conseguir atender a demanda”.
Já na área da saúde, o repasse tem atrasado e vem sendo defasado a cerca de três anos. Os convênios nas esferas federal e estadual são repassados para a secretaria de saúde do município e depois para a APAE. Na tarde de ontem (15), o presidente conseguiu uma reunião com o secretário de saúde Cláudio Busu, devido à paralisação de aproximadamente 30 funcionários da clínica.
O desfecho da reunião foi o pagamento atrasado do SUS esfera federal, referente a abril e maio, no valor de R$ 138.041,59. O restante, no valor de R$ 114.195,05, foi programado para ser quitado no dia 15 de julho. Kiko Raposo alegou que a verba municipal está passada.
Mesmo com os recursos, a unidade passa por dificuldades. Kiko revela que tem repasses que estão defasados há mais de 20 anos, porém as despesas da associação aumentam a cada ano.
Por Tatiane Guimarães