Para chegar até o trabalho a cadeirante Claudinete Chaves de Oliveira vive um drama. Moradora do Bairro Orozimbo Macedo, precisa utilizar dois coletivos para chegar ao destino final. Até o ponto, muita dificuldade. “São poucas as rampas que dão acesso às calçadas. E as que têm são bloqueadas pelos veículos, que utilizam o espaço para estacionar. Assim como as ruas, os passeios também são esburacados. A única alternativa é competir com os veículos”, afirma. Claudinete também reclama da falta de alternativas para se divertir. Segundo ela, bares e restaurantes locais não têm banheiros adaptados. “Inclusão social também é ter direito ao entretenimento, a uma vida social“, completa.
Drama parecido tem Valéria Reis Santos, 25 anos. Deficiente auditiva, ela sofre com o preconceito e a falta de paciência. Segundo ela, é impossível ter atendimento digno em órgãos públicos. Conforme explicou à reportagem, inexiste em Sete Lagoas servidores – em qualquer órgão municipal – que saibam se comunicar através da Língua Brasileira de Sinais (Libras). “Quando percebem que sou surda, se afastam, saem até correndo para não prestar atendimento. O preconceito é grande, assim como a intolerância. O mesmo acontece em bancos, lojas… O ideal seria a obrigatoriedade em contratar intérpretes”, considera.
Com o objetivo de garantir os direitos dos portadores de necessidades especiais, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, presidida por Maria Aparecida dos Anjos Silva, cobra projetos da Prefeitura de Sete Lagoas. “Trabalhamos com a causa desde 2001. Reivindicamos projetos que atendam os deficientes. Cobramos o cumprimento do Decreto de Acessibilidade, mas nada é feito. Na composição do conselho há representantes da prefeitura. Mas nunca comparecem aos encontros. Aí fica difícil qualquer contato, uma referência no poder público”, afirma. Segundo Maria Aparecida, outro objetivo do conselho é iniciar trabalho de sensibilização junto à população. “O preconceito ainda é o maior desafio”, completa.
Mas nem tudo é tristeza na vida destas pessoas. Em Sete Lagoas há alguns poucos exemplos, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que realiza trabalho exemplar de inclusão da pessoa com deficiência. De acordo com o gerente local, Roberto Duarte, desde 1998 a instituição se adapta de acordo com a demanda suas instalações. Hoje, cinco portadores de deficiência fazem parte do quadro de funcionários. “Também damos suporte a outras empresas para contratar essas pessoas. No Senai, todos funcionários fizeram um rápido curso de Libras para interagir de forma igual com os deficientes auditivos”, conta. Já a Prefeitura Municipal, via assessoria, informou que realmente existe carência de projetos estruturais para atender os deficientes.
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