Foram quatro dias intensos de arte e cultura, das mais variadas formas, em um circuito cultural promovido por grupos de artistas de Sete Lagoas, em Belo Horizonte, de 22 a 25 de junho. Nesse período, a Funarte BH foi tomada por grupos de teatro, músicos, artistas plásticos, DJs, MCs e grupos de dança das duas cidades.
O objetivo principal, segundo o diretor da Preqaria e idealizador do evento, João Valadares, foi promover o intercâmbio entre artistas e produtores culturais. “A ideia surgiu no ano passado, quando íamos fazer uma mostra de espetáculos da Preqaria em comemoração aos nossos dez anos de atividades. Como já tínhamos feito uma mostra comemorativa no Palácio das Artes, pensei em repetir, de certa forma, o evento Cultura em Pé, que fizemos no final de maio na Praça Tiradentes, integrando todas as artes, dança, música, artes visuais…”, conta João.
A partir daí, segundo o diretor, foram convidados grupos de amigos. “Ovorini, Carroça, Drama, que são grupos mais próximos. Depois outros foram se unindo”, lembra. Outro ponto de destaque do circuito foi o encontro entre os alunos das escolas “Escola Livre de Teatro de Sete Lagoas” e a “Escola Livre de Artes de Belo Horizonte”. De acordo com João Valadares, cerca de 500 pessoas prestigiaram o evento, muitas delas retornando nos dias seguintes.
Tom político
Assim como o Cultura em Pé, o Circuito Cultural Sete Lagoas/BH também teve um tom político. Foi realizada uma mesa redonda com as presenças do secretário municipal de Cultura e Juventude de Sete Lagoas, Anderson Cleber Rodrigues, que foi apresentado ao diretor de Arte da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Jefferson da Fonseca Coutinho, com o objetivo de discutir como as duas cidades podem se ajudar na questão cultural. “Nessa mesa redonda percebemos que os problemas são os mesmos. Temos um mal em comum que temos que resolver, como a falta de apoio das empresas, as poucas verbas públicas, uma classe artística ainda pouco unida. Mas também vimos ideias inovadoras. Queremos, por exemplo, continuar com o Circuito, trazê-lo para Sete Lagoas ainda este ano e depois levá-lo para cidades vizinhas”, adianta o secretário Anderson Rodrigues.
“Nós de Sete Lagoas estamos mostrando que arte se faz do interior para fora. Nós artistas temos a obrigação de mostrar para esse país a verdade. Nosso público está carente da verdade. Já pensou se conseguirmos passar esse país a limpo pela arte?”, indaga Paulinho do Boi, do grupo Carroça Teatral, de Sete Lagoas. “Penso que todos os 853 municípios podem invadir a capital com sua arte. Estou grato e emocionado”, completa. O secretário Anderson Rodrigues concluiu agradecendo aos artistas de Sete Lagoas que, segundo ele, “se dispuseram a levar a cultura da nossa cidade à capital. Vi a disposição de cada um”.
Representando Sete Lagoas, participaram do circuito os grupos Preqaria, Ovorini Carpintaria Cênica, Carroça Teatral, Grupo Drama de Teatro e as bandas O Bom o Mal e o Feio e Ganga Bruta+Congadar. De BH, se apresentaram Prefixo, Insensata Cia de Teatro, Anjos D’Rua, Assanhados do Choro, Dois na Pista, além da Cia. Jovem de Dança de Paraopeba e outros.
Da Redação com Marcelo Sander