A adesão pioneira ao projeto “Um Polvo de Amor” na região aconteceu no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) devido à doação de 10 polvos de crochê pela Nuvem Moda Baby à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo). A proprietária da empresa, Waneil Rocha, se sensibilizou pelas ações do Projeto Intersetorial em Prol do Atendimento (PIPA) e descobriu como iria ajudar. Ela produziu os polvinhos em crochê e procurou a Assessoria de Comunicação e Marketing do hospital. Os polvos foram lavados e esterilizados e desde o dia 1° de junho estão nos leitos em fase de testes.
Para a implantação do projeto na UTI Neonatal do HNSG foi necessário instaurar um protocolo de procedimentos para higienização dos novos habitantes dos leitos. A enfermeira coordenadora da UTI Neonatal, Lilia Borelli, mobilizou a equipe para que os polvos não fiquem mais de sete dias nos leitos sem higienização. Os polvos são lavados à mão por funcionários do setor de Hotelaria do HNSG e depois esterilizados. Todos os polvos foram identificados para garantir que polvo volte para seu dono.
O projeto “Um Polvo de Amor” é a versão brasileira criada pela ONG Prematuridade – Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros da “Octo Project” (Projeto Polvo, em tradução livre) criado pelo grupo dinamarquês Spruttegruppen em 2013. A diretora da ONG Prematuridade, Denise Leão Suguitani, relata que “segurar algo que se assemelha ao cordão umbilical parece acalmar os prematuros: ajuda a estabilizar os batimentos cardíacos e a respiração. E é uma coisa muito simples de se fazer”. Desde o projeto original, a ideia é que os polvinhos não sejam comercializados, mas sim feitos e distribuídos de forma voluntária. A recomendação é adotada pela ONG brasileira da iniciativa e no HNSG não foi diferente.
Mas existem regras a serem seguidas para que os polvinhos possam ser utilizados na UTI Neo. Waneil explica que os novelos têm de estar lacrados e a linha ser 100% algodão para assegurar a procedência da lã e os fios resistirem às altas temperaturas da esterilização. Também por precisar resistir à temperatura, o enchimento da cabeça do polvo precisa ser de fibra siliconada antialérgica. Outra regra importante é que os tentáculos esticados não podem ultrapassar os 22 cm e a cabeça não pode ter mais de 9 cm de diâmetro, pois esse é o limite para que o bebê não se enforque ou se asfixiar com eles.
A iniciativa de Waneil já está reverberando. Na tarde do dia 8 de junho, a UTI Neo recebeu mais oito polvinhos doados por Maria Silvia. A corrente de amor não termina no hospital. Quando os bebês recebem alta da UTI, o polvo vai embora com eles.
A enfermeira coordenadora da UTI Neo, Lilia Borelli, ressalta que quem se interessar em contribuir com o projeto “Um Polvo de Amor” no HNSG pode doar o material para que as voluntárias possam confeccionar mais polvinhos, ou seja, novelos de lã 100% algodão novos e lacrados e fibra sintética siliconada.
Da Redação com Ascom INSG