Integração é pauta principal de seminário de segurança

Ações integradas entre as polícias, Bombeiros, sistema prisional, MP e Judiciário é analisada em evento promovido pelo Conselho de Defesa Social de Sete Lagoas.
Conselho Municipal de Defesa Social de Sete Lagoas (Comdessel) realizou, na Casa da Cultura, o VI Seminário de Segurança Pública. A pauta principal do evento desta terça-feira(29) foi a integração das atividades, sobretudo policiais, em Minas Gerais. Os resultados obtidos até o momento têm sido altamente positivos e em Sete Lagoas várias ações integradas têm sido realizadas por policiais civis e militares, com maior foco, inicialmente, no tráfico de drogas.

O prefeito Mário Márcio Maroca abriu o Seminário e destacou que o investimento em trabalhos sociais é uma das principais alternativas para reduzir os índices de criminalidade no Município. Na visão do chefe do Executivo, somente a construção de unidades prisionais não é suficiente para diminuir as ocorrências, mas que parcerias são importantes para aumentar a sensação de segurança do cidadão.
O próprio Maroca tem buscado, para compor sua equipe, ex-policiais – hoje na reserva. Exemplos são os coronéis Sérgio (cotado para comandar uma Secretaria Municipal de Segurança Pública) e Gilberto (atual chefe da Guarda Municipal de Sete Lagoas). As afirmativas do prefeito surtiram efeito e foram parabenizadas pelos demais participantes do Seminário. Um deles, o delegado adjunto de Curvelo/MG, confirmou que apenas a construção de cadeias e presídios não resolveria o problema da falta de segurança. “Não se trata somente de reprimir, mas combater através de medidas. Se não fosse assim, era só construir muitas cadeias”, disse André Pery.

O delegado adjunto foi o responsável por explanar sobre a integração no âmbito da segurança pública, medida que vem sendo implantada pela Secretaria de Estado da Defesa Social em Minas Gerais. A partir da década de 1990, o país observa um aumento significativo da criminalidade e com um diferencial, o perfil é outro: os bandidos estão mais violentos e os jovens passaram a predominar no registro de ocorrências. E o que auxilia para a incursão dos jovens cada vez mais cedo no mundo do crime é justamente a falta de estrutura para abriga-los. “Se tornaram uma mão de obra boa porque não há estrutura. São apreendidos e voltam às ruas”, explicou.
Diante dos dados, o Governo mudou a visão sobre a missão policiais, por exemplo. Tem se buscado a organização da base de dados, sistema compartilhado do fluxo de informação, logística, capacitação, infra-estrutura, sistema de avaliação de processo e fortalecimento dos mecanismos de controle. “É como se fosse uma empresa, tudo voltado para o resultado”, salientou André. Modelos adotados em cidades como Bogotá (COL.) e Nova Iorque (EUA) serviram de base para o Brasil.

AFUNILAMENTO DO COMBATE

O que se observava antes da mudança de perfil era de que cada órgão do sistema de segurança trabalhava por si, de forma desordenada. Porém, tomando como base que o objetivo é comum a todos, o Governo de Minas buscou implantar a integração das atividades. “É a nova política adotada a partir de 2003 no Estado. São órgãos autônomos, mas integrados”, reforçou Pery. A partir daí criou-se as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP’s); as Áreas de Coordenação Integrada de Segurança Pública (Acisp’s) e as Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP’s).
O afunilamento da repressão através desta nova geografia possibilita mais eficácia na ação de segurança. Sete Lagoas, por exemplo, possui duas AISP’s (duas companhias de Polícia Militar) e 1 ACISP (o 25º Batalhão da PM e a 29.ª Delegacia Regional de Segurança Pública). Além disso, ela integra a 14.º Região da Polícia Militar, com sede em Curvelo. A mudança trouxe redução dos crimes violentos em toda Minas Gerais desde 2003. O Estado é dividido em 16 RISP’s. A mudança no sistema é geral e inclui alteração de termos e trabalho unificado entre as forças.