Atualmente, dos 38 fornos existentes em Sete, apenas 28 estão em atividade, sendo que os demais estão abafados. As empresas que já demitiram na cidade são: Metalsete, 96 funcionários; Fergubrás, 245; Siderbrás, 60; Sicafe, 60, e Itasider, 80. Esta última concedeu ainda férias coletivas a outros 250 trabalhadores. As outras usinas, que optaram por conceder férias coletivas a parte de sua mão-de-obra são: Sama, 80, AVG, 80, e Siderpa, 75. “A Metalsete, Fergubrás e Itasider estão totalmente paradas. Outro dado preocupante, número que não é possível detectar, é referente às demissões silenciosas. Neste caso, a empresa demite os funcionários com menos de um ano de carteira assinada e faz o acerto dos benefícios na própria usina. Normalmente, o sindicato não é comunicado nestas situações. Desta forma, o número de desempregados ultrapassa os 541 registrados oficialmente”, afirma Ernane Geraldo Dias.
Para o empresário Afonso Henrique Paulino, proprietário da Siderpa em Sete Lagoas e também assessor da presidência do Sindifer, o mercado encolheu. “Reduziram-se os pedidos e consultas. O produto que estamos entregando hoje, foi vendido há três meses. A produção é cara e não novos há pedidos. Além disso, os bancos já estão restringindo os créditos de exportação”, explica. Em Minas são 62 indústrias e 105 fornos. Destes, 20 estão abafados, sendo que outros 20 devem parar até o final do ano. “No momento, o setor deixa de comercializar um milhão de toneladas”, completa.
Segundo ele, a retração é muito grande, sobretudo porque o segmento comercializa um produto que é utilizado para a fabricação de outros. “Não há como prever até onde vai esta crise, é um problema macro-econômico”, afirma. Afonso Henrique informou que, em relação às reivindicações do Sindicato, não sabe em que pé estão as negociações.