A prefeitura começou a mudar o ensino-aprendizagem nas escolas do campo e, nessa segunda-feira (22), o desenvolvimento do Escola Ativa no município foi observado pelo Ministério da Educação (MEC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Em visita às escolas Renato Teixeira Guimarães, no Silva Xavier, e Regina Vitalino Botelho, na Estiva, os representantes das instituições avaliaram como a metodologia do programa está sendo trabalhada nas instituições de ensino.
Uma proposta da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) do MEC, o Escola Ativa foi adotado pelo governo Maroca, em 2009, para melhorar o desempenho de sete escolas municipais do campo com classes multisseriadas, a partir da capacitação de professores e estímulo ao conhecimento dos alunos. A intenção da prefeitura e do governo federal é que os educadores destas escolas conheçam e compartilhem a realidade da comunidade, com aulas criativas e interativas, apoiadas por materiais didáticos e pedagógicos diferenciados dos currículos das escolas localizadas nos centros urbanos. “O MEC quer mudar o paradigma de que a criança do campo não sabe nada”, argumenta a técnica pedagógica da SECAD/MEC, Sirlei Rocha. Para a diretora do Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de Ensino, Ana Cláudia de Almeida, a realidade da cidade não é a do campo. “Antes não existia um currículo diferenciado, atento à diversidade”.
Em Sete Lagoas, a formação dos professores das escolas do campo está no terceiro de seis módulos. Outros 133 municípios mineiros ingressaram voluntariamente no Escola Ativa e também terminam o ciclo de formação dos educadores neste ano. Com a nova metodologia, a escola do campo se torna um ambiente favorável para o aprendizado e valorização das diferenças, onde professores e estudantes trocam vivências, explica a técnica da SECAD. “O desafio é internalizar a mudança na Política Municipal de Ensino”, diz Sirlei Rocha.
O dia a dia do programa no município é avaliado pela Secretaria Municipal de Educação, Undime e UFMG. “Quando se vê a realidade da aplicação do Escola Ativa, saímos com a responsabilidade de articular com os gestores para atingir os objetivos do MEC”, comenta a técnica da Undime, Priscila Vieira, sobre como funciona na prática a proposta do Ministério. Durante a capacitação dos professores em diversas cidades mineiras, a UFMG conhece a resistência dos educadores à nova metodologia e ouve relatos de falta de estrutura e de integração com outras escolas do campo, explica a supervisora de curso do Escola Ativa/UFMG, Larissa Pinho.
O PROGRAMA
O Escola Ativa surgiu de um projeto do Fundo Escola/MEC voltado para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. A iniciativa foi transformada, há seis anos, em um programa dentro do Plano de Metas “Todos pela Educação”, ganhando abrangência nacional. Em Minas Gerais, a adesão das cidades começou em 2008. Atualmente, dos 853 municípios mineiros, 469 já possuem uma nova visão sobre a necessidade de diferenciar a metodologia de ensino-aprendizagem nas escolas do campo.
SECOM / Sete Lagoas