A arquiteta Isadora Machado, natural de Sete Lagoas, está trilhando um caminho de sucesso na profissão e, recentemente, foi destaque, recebendo um prêmio relevante na arquitetura mundial. Além dela, David Couto e Erico Postiglione foram vencedores do concurso Central Park Book Studio realizado em setembro deste ano. Dos países participantes, Brasil, Polônia e Itália foram os três primeiros colocados. O concurso foi divulgado através de publicação de edital e o envio do projeto encaminhado por e-mail. A premiação é um valor (não informado) em Euros para os participantes, além da divulgação do trabalho dos profissionais da arquitetura.
De acordo com as regras do concurso, os participantes tinham que criar uma biblioteca holística, incorporando a tecnologia digital em suas formas e métodos de aprendizado já existentes. A espacialidade da biblioteca deveria ser reinterpretada de tipologia chata e pragmática para inovadora, interessante e flexível de espaços de leitura e arranjos interiores. Os participantes deviam se concentrar em criar uma experiência para o usuário no espaço da biblioteca que estimulasse a mente a ficar e passar um tempo mais longo no local.
A competição procurou criar uma tipologia de ‘biblioteca em um parque’ do século 21 que incorporasse o fator social em uma biblioteca. O espaço deveria representar um marco e uma zona importante no parque, onde as pessoas pudessem se reunir, compartilhar, trocar e disseminar conhecimentos diariamente. Seria, então, uma biblioteca implantada no coração de uma das principais metrópoles ocidentais no século XXI, devendo ser fluida e de forma a desenvolver-se como espaço de aprender e ter tecnologia e diversidade como protagonistas de toda a sua atividade. Os modelos passados de biblioteca enclausurada, de linguagem clássica e monumental não mais atendem as demandas por espaços de integração, trabalho e eventos culturais.
O estúdio do livro deveria ser fiel ao conceito e espírito de uma biblioteca, mas em uma escala menor. A estrutura deveria redefinir o conceito clássico de biblioteca em uma nova versão do século XXI, onde todas as formas de informação, novas ou antigas, são apresentadas igualmente ao público. A biblioteca tinha que ter um envelope exclusivo que pudesse abrigar várias áreas de leitura, áreas de armazenamento, salas de mídia, seções de arquivos etc. O tamanho, proporções e número de instalações são deixados ao critério e imaginação do participante.
Os concorrentes foram incentivados a projetar e propor qualquer tipo de programa ou função inovadora e intuitiva, além de extensão e extensão às funções básicas, mas com uma necessidade argumentada. Tendo em mente a escassez de espaços nos dias de hoje, deveriam explorar a possibilidade de projetar espaços multifuncionais e dinâmicos.
Para Isadora Machado, o concurso significou uma oportunidade de representar e de mostrar mais o seu trabalho e acreditar que os brasileiros têm potencial de conseguir e conquistar uma premiação internacional de arquitetura. “Somos muitos desvalorizados no mercado internacional, tanto que a arquitetura brasileira não tem grandes nomes atuando no exterior. É uma oportunidade que temos de mostrar nosso potencial e que a gente consegue conquistar os nossos sonhos”, disse.
A condição de se implantar esse equipamento no Central Park, especificamente no Sheep Meadow, torna imprescindível o aproveitamento da cobertura e do espaço externo à biblioteca como lazer e espaço de leitura e descanso, além de permitir ao visitante uma vista panorâmica do entorno imediato do parque.
Isadora explicou os objetivos do projeto: “Diante dessas condições, propomos uma biblioteca bastante permeável e transparente que se desenvolve em dois pavimentos, térreo e subsolo. No superior, concentram-se parte do acervo físico, as áreas de estudo, convivência e o café. No subsolo, oficinas, ateliês, acervo técnico e administração do edifício ocupam a projeção do pavimento superior enquanto o vazio central, para o qual ambos os pavimentos se voltam, é palco de eventos, shows e espaço de leitura. A arquibancada que conecta os dois níveis possui nichos sob cada degrau para a disposição de livros doados de leitura imediata para estabelecer um tipo de rodízio natural. Mas a leitura e os estudos não estão limitados ao acervo físico da biblioteca. Foi partindo da nossa proposta a posição de totens que conectam os visitantes ao acervo por tecnologia NFC ou Wi-Fi permitindo o acesso aos livros, por vezes protegidos e controlados, de maneira fácil e rápida”.
Com Portal Sete